46% da população da Baixada anda a pé ou de bicicleta
Pesquisa Origem e Destino foi realizado pela primeira vez em São Paulo pela Secretaria de Transportes
Realizada pela primeira vez na Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS), a pesquisa Origem e Destino traz como principal característica a presença relevante dos modos de bicicleta e a pé, que resultaram em 964.325 viagens diárias, o equivalente a 46%.
Por serem não-poluentes, os dois meios garantem à Baixada Santista uma melhor qualidade de vida. A topografia litorânea também estimula os deslocamentos por bicicleta e a pé, já que é mais plana, acompanhando a orla marítima.
Para manter e melhorar ainda mais a qualidade de vida dos moradores da Baixada Santista, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) desenvolveu o SIM – Sistema Integrado Metropolitano, que agrega em um único projeto trânsito, transporte público e urbanismo. Os principais objetivos do SIM são: estruturar o transporte coletivo metropolitano, racionalizar o sistema de ônibus existente, com redução significativa de linhas e de emissão de CO2, além de incentivar o uso do transporte público.
Para estruturar esse novo sistema, a STM implantará o modelo tronco-alimentado de média capacidade, formado por uma rede de ônibus e pelo Metrô Leve (cujo material rodante é o veículo leve sobre trilhos – VLT), que incrementa o potencial turístico da região. Também está inclusa a execução de infra-estrutura nos terminais, pontos de parada e obras de acessibilidade.
Em sua primeira fase, o Metrô Leve terá 11 quilômetros de extensão e ligará o terminal Barreiros, em São Vicente, à região do Porto. Os veículos circularão com velocidade média de 20 km/h e o percurso será realizado em 35 minutos. Além disso, ao longo do trajeto será instalada uma ciclovia, infra-estrutura que estimulará ainda mais o uso da bicicleta.
Outra ação do SIM é a operação em corredores não segregados de ônibus biarticulados, de 24 metros, para 180 usuários; e articulados, com 18 metros, para 140 passageiros, que formarão a rede sobre pneus da Baixada Santista.
Os benefícios gerados pelo SIM atingirão 230 mil passageiros. Desses, estima-se que 10% se transferiram do automóvel para o novo sistema. Além disso, a redução do tempo gasto com transporte será equivalente a cerca de R$ 240 milhões.
Os investimentos para a implantação do SIM estão assegurados pelo Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM), responsável pelas empresas CPTM, EMTU e Metrô. Até 2010, a STM investirá no Plano de Expansão mais de R$ 19 bilhões, o maior investimento público já feito na área de transporte.
Caracterização Socioeconômica - A pesquisa abrangeu os nove municípios da RMBS: Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente. A população da região é de 1.642.095 pessoas. Santos é a mais populosa, com 422.490 habitantes, enquanto Bertioga detém o menor número de moradores: 43.742.
A estratificação da renda, na O/D Baixada Santista, indica que o rendimento médio familiar mensal é de R$ 1.369,15. O levantamento mostra ainda que 571.759 habitantes trabalham, 331.258 são estudantes e 281.197 são aposentados/pensionistas.
O número de automóveis particulares nos nove municípios é de 199 mil, e a taxa de motorização, de 121 automóveis por mil habitantes. Santos é a cidade em que mais pessoas têm automóveis (63.825) contra o município de Bertioga, que tem apenas 4.317 moradores com automóveis. Cubatão apresenta a menor taxa de motorização – são 72 autos por mil habitantes – e Santos a maior, com 151.
O comparativo entre o número de automóveis particulares na RMBS e na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) é surpreendente. No litoral paulista, são 199 mil automóveis; na RMSP, 3,5 milhões.
A pesquisa traz ainda levantamento do número de bicicletas na RMBS – 512.364 e a relação de bikes por mil habitantes, que é 312. Guarujá destaca-se pelas 120.794 bicicletas, sendo a cidade com maior número de “magrelas”. No levantamento de bicicletas por mil habitantes, Mongaguá lidera o ranking de posse de bikes.
Panorama dos Deslocamentos - Além da pesquisa socioeconômica, a O/D da Baixada Santista também realiza um levantamento na Linha de Contorno (linha imaginária que limita a RMBS). A pesquisa contabiliza as viagens diárias entre as regiões metropolitanas de São Paulo e da Baixada Santista, incluindo as entradas e saídas da RMBS para a RMSP.
O total de viagens diárias é de 2.079.516. Os santistas são os que realizam mais viagens e os peruibenses os que menos se deslocam, com 55.037. Já as viagens diárias com origem ou destino externo à RMBS indicam que 49% se referem aos deslocamentos Externo-Interno, 44% Interno-Externo e 6% Externo-Externo.
Dentro dos dados globais apontados pela O/D Baixada Santista, as viagens motorizadas contabilizaram 1.115.192, ou 54% do total. Já as não-motorizadas, que contemplam os modos a pé e de bicicleta, correspondem a 46%, o que resulta em 964.325 viagens.
O modo a pé totaliza 31% dos deslocamentos, com 661.030 viagens; já as de bicicleta representa 15%, com 303.295.
Na divisão modal motorizada, é possível verificar que os ônibus municipais são responsáveis por 339.767 viagens. Na seqüência, estão as 330.413 viagens de automóvel realizadas por habitantes.
A pesquisa aponta que os deslocamentos por ônibus intermunicipais somam 160.511 e o número de viagens por meio de moto, 92.739, também significativo. O modo menos utilizado pelos moradores da Baixada Santista é por microônibus, que gerou 2.818 deslocamentos, perdendo até para o táxi, com 4.480 viagens.
Sobre a relação dos modos motorizados, a O/D revela que 62% utilizam coletivo e 38% o modo individual. Já no caso dos não-motorizados, a maior parte, 69% das viagens, é realizada a pé e 31% por bicicleta.
Na apuração sobre os motivos da viagem, 49% estão relacionados ao trabalho, 40% estudo, 2% compras, 6% lazer e 3% saúde. Quando comparados o motivo da viagem e o modo bicicleta, o trabalho novamente predomina, com 54%, seguindo-se 42% estudo e 4% lazer e outros.
Metodologia
Nesta 1ª edição, as entrevistas para a base de dados tiveram início em agosto de 2007 e foram finalizadas em abril de 2008. Os municípios contemplados pela pesquisa são: Bertioga, Guarujá, Santos, São Vicente, Cubatão, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe. O levantamento aconteceu em 8.300 domicílios, totalizando 26.156 entrevistas. Para a realização da pesquisa, os municípios foram subdivididos em 188 zonas internas e 26 externas à Região Metropolitana da Baixada Santista.
Outro destaque na produção da O/D 2007 RMBS é o uso de palmtop, além dos questionários. O novo método foi utilizado em 400 entrevistas, realizadas em Santos e São Vicente. A opção pelo palmtop permite a redução no tempo de transcrição dos questionários e evita possíveis erros de digitação. No Brasil, a pesquisa O/D é realizada em regiões metropolitanas como Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Goiânia e Fortaleza. Especificamente no estado de São Paulo, a apuração aconteceu na Região Metropolitana de Campinas, cujo primeiro levantamento foi feito em 2003, e na Região Metropolitana de Sã
10/30/2008
Artigos Relacionados
FHC reconhece que o Brasil não anda bem
Osmar Dias avisa a Lula que "a coisa não anda bem"
Poupatempo Santo Amaro recebe projeto Museu que Anda
Covas passa bem, anda pelo quarto e até toma refrigerante
Che Guevara: um símbolo que anda de mãos dadas com grandes causas
Valmir: Brasil avança em transplantes de órgãos, mas DF anda para trás