A morte que mudou os rumos do País



Em 1975, Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da TV Cultura, foi torturado e morto no DOI-Codi de São Paulo.

Na noite de 24 de outubro de 1975, agentes dos serviços de inteligência foram à TV Cultura convocar o jornalista Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da empresa, para prestar depoimento sobre suas ligações com o PCB, proibido à época. Ele prometeu comparecer, na manhã do dia seguinte, ao quartel da Rua Tutóia, no Ibirapuera. A proposta foi aceita. Seu depoimento foi uma sessão de tortura. Dois jornalistas presos com ele, Jorge Benigno Duque Estrada e Leandro Konder, confirmaram o espancamento. Herzog morreu nesse mesmo dia.

A nota oficial divulgada pelo 2º Exército informava, categórica e minuciosamente, que o jornalista teria confessado participar efetivamente do PCB e denunciado outros companheiros antes de se enforcar. Segundo a versão oficial, Herzog cometeu suicídio na cela com o cinto do macacão de presidiário. Seu corpo foi apresentado à imprensa pendurado numa grade pelo pescoço. A altura da grade era menor que a do jornalista. Mesmo assim, a versão oficial foi de suicídio.

A Sociedade Cemitério Israelita rejeitou a versão apresentada pelos militares e decidiu não enterrar o jornalista na ala destinada aos suicidas. No dia 31 de outubro foi realizado um culto ecumênico em memória de Herzog, na Catedral da Sé, do qual participaram 8 mil pessoas, num protesto silencioso contra o regime.

Em 1978, a Justiça responsabilizou a União por prisão ilegal, tortura e morte do jornalista. Em 1996, a Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos reconheceu que Herzog fora assassinado no DOI-Codi de São Paulo e decidiu conceder indenização para a sua família. 

Maria Lúcia Zanelli

Da Agência Imprensa Oficial 

(L.F.)

 



11/25/2007


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