A paz sem fronteiras depende de ações reais









A paz sem fronteiras depende de ações reais
Três premiados com o Nobel da Paz, Adolfo Esquivel, Rigoberta Menchu e Rony Brauaman assinaram manifesto no Fórum

A necessidade de um organismo internacional legítimo e democrático para mediar conflitos é a principal condição proposta pelo Manifesto por um Mundo sem Guerras. Os premiados com o Nobel da Paz Adolfo Perez Esquivel (Argentina), Rigoberta Menchu (Guaternala) e Rony Brauaman (Israel) participaram da quinta e última sessão da Conferência por um Mundo sem Guerras, tema central do 2º FSM, e fizeram uma análise da atuação de organismos internacionais sobre os conflitos. O documento teve o aval do representante da ONU José Antônio Ocampo.

“A ONU foi desmembrada pelo poder econômico dos EUA”, afirmou Esquivel. "[Os EUA] querem usar o Tribunal Penal da ONU para buscar quem eles consideram terroristas."O argentino voltou a defender o não-pagamento da dívida externa: "Se dois países latinos dissessem basta, deixaria de ser problema nosso, passari a a ser problema dos credores".


Uma festa: a estrela do PT brilha há 22 anos
“O PT é maravilhoso. É o único partido que consegue transformar uma festa num comício

A festa dos 22 anos de fundação do PT, realizada nos altos do Mercado Público, inicialmente prevista para 1.800 convidados, transformou-se num ato político de portas abertas, reunindo uma multidão que aplaudiu as estrelas petistas da noite: Lula, José Dirceu, Marta Suplicy, Olívio Dutra e Tarso Genro.

O próprio Lula chegou a dizer: "O PT é maravilhoso.É o único partido que consegue transformar uma festa num comício, quando seria muito mais fácil transformar um comício numa festa". O ato também foi marcado por homenagens ao prefeito de Santo André, Celso Daniel, seqüestrado e morto no mês passado.

Durante o jantar, não faltou a tietagem explícita dos milhares de simpatizantes e militantes do PT, que quase não davam trégua ao presidenciável Lula e aos demais integrantes da mesa saborearem um cardápio à base de peixes, regado a vinho tinto. Lula aproveitou para degustar um bom charuto cubano.


Tarso fala sobre violência.
O presidente estadual do o PT, David Stival, disse sábado, durante a festa de comemoração dos 22 anos de fundação do PT, que o partido comemorava muitas vitórias e algumas perdas, lembrando dos assassinatos dos prefeitos de Campinas e Santo André. “A nossa luta é desigual contra aqueles que defendem o Estado e o modelo capitalista explorador”, completou.

Já o prefeito da capital, Tarso Genro, disse que quando o PT completa 22 anos, o sonho petista é "a utopia de melhorar o mundo, começando pelo Brasil". No final, ele conclamou: 'Eles querem degradar a luta política com a morte e a violência, mas nós, aqui de Porto Alegre, no coração do Mundo, resistimos e vamos levar Lula à presidência da República para fazer uma grande mudança no país".

A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, destacou a importância do Fórum Social Mundial e, ao falar sobre Porto Alegre, não se conteve e comparou com a realidade de São Paulo: "Eu que tenho andado esses dias pela cidade disse ao meu motorista - Olha o parque não tem grade. Olha, a rua está limpa".


Grupos ligados ao ETA se inscreveram pela internet
Integrantes do partido basco Batasuna participam de conferências e seminários do 2º Fórum Social Mundial

Apesar da carta de princípios do 2º FSM (Fórum Social Mundial) proibir participação de organizações de luta armada, é possível identificar nos corredores da PUC (Pontifícia Universidade Católica) representantes de duas organizações ligadas a ETA, movimento terrorista que luta pela independência do País Basco, território divido por França e Espanha.

A inscrição de três integrantes do partido político basco Batasuna, classificado pelo jornal espanhol El País como "partido terrorista”, pode ser comprovada no site do evento. Na Espanha, a entidade é conhecida como braço político do ETA. O chefe da comissão internacional do partido, Joseba Alvarez Forcada, negou a ligação com o grupo terrorista e diz que pressões externas ao FSM tentaram deixar bascos fora do debate.


Fortunati é barrado no Fórum Social Mundial
Coordenação do seminário no qual o vereador participaria confirma: veto ao presidente da Câmara da capital foi político

O presidente da Câmara de vereadores de Porto Alegre, José Fortunati, ex-PT, foi impedido de partircipar do seminário Controle Social do Orçamento Público, que começou ontem e continua hoje na Pucrs. O seminário faz parte da programação do 2º Fórum Social Mundial. O vereador diz que foi barrado por causa de sua transferência do PT para o PDT e de sua candidatura ao governo do Estado.

Fortunati diz recebeu o convite para participar do Fórum no dia 24 de janeiro e o "desconvite", nesse sábado. "Foi um veto político", afirmou. "Nós, da esquerda, sempre combatemos a exclusão política internacionalmente, das ditaduras militares ao macartismo americano, e criticamos a direita por isso. É urna pena que esse veto tenha acontecido durante o Fórum Social Mundial", disse.

O seminário, proposto por 20 entidades, foi coordenado pelo Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e pelo Inesc (Instituto de Estudos Sócioeconômicos); este último é o responsável pelo convite e pela recusa à presença de Fortunati.



Boa parte das mulheres não vota em mulher
Pesquisa aponta que 36% das eleitoras não acreditam no preparo feminino para cargos nas três esferas de governo

Um terço das mulheres não quer mulheres no poder. De acordo com um estudo da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, e publicada ontem no jornal O Estado de São Paulo, 36% das entrevistadas fazem restrições às mulheres em cargos de governo. O maior descrédito é de eleitoras de menor escolaridade.

As informações foram divulgadas durante o Fórum social Mundial. em Porto Alegre. Num universo de 2,5 mil entrevistadas em 24 Estados, 36% indicaram restrições para a capacidade de comando feminino nas três esferas de governo. A maioria delas (59%), no entanto, sustenta que as mulheres têm condições de governar.

Para o sociólogo Gustavo Venturi, um dos coordenadore da pesquisa o índice de 36% mostra onde está um dos problemas para a consolidação da participação feminina na política. “E, certamente, esse dado entre os homens é maior”, avalia.


Editorial

PUNIÇÃO À VIOLÊNCIA

A progressão da violência e a impunidade evidenciam a necessidade da revisão das leis penais hoje vigentes no Brasil.

A criminalidade, que se entendeu além de qualquer limite imaginável, exige um contraponto que os governos em qualquer nível – federal, estadual ou municipal – não estão oferecendo. O predomínio do crime e da contravenção se constitui num desafio aberto à autoridade.

Só a punição é capaz de inibir a violência. Se o poder público não consegue mais reprimir o banditismo, este se torna a cada dia mais ousado e acaba por se sobrepor às autoridades constituídas.

Há a necessidade de revisão das leis para que os criminosos paguem o preço justo pelos seus crimes. Se há baixa probabilidade de um bandido ser preso, julgado e condenado, maior será a tentação de alguém cometer um crime.

A quase certeza da impunidade estimula a prática de ações violentas.

Para que a criminalidade seja reduzida, é fundamental aumentar o custo percebido pelo criminoso. Seqüestros, estupros, assassinatos com requintes de peversidade, tráfico de drogas, comércio de órgãos, entre outros crimes igualmente hediondos, deveriam receber conde nações mais severas.

É preciso também considerar a questão do sistema prisional brasileiro, absolutamente incapaz de produzir a ressocialização do preso.

Pouco tem sido feito nessa área. Uma das propostas, a criação de presídios federais, foi levada ao governo há mais de uma ano, e o Palácio do Planalto ainda não decidiu pela sua implantação.

Cada vez mais acuada, a sociedade exige dos governos mais do que respostas tímidas ao avanço da criminalidade.


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02/04/2002


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