Academia Brasileira de Letras homenageia Machado de Assis no centenário de sua morte



A Academia Brasileira de Letras (ABL) realiza, nesta segunda-feira (29), a partir das 15h, no Salão Nobre do edifício Petit Trianon, a sessão solene pela passagem dos cem anos de morte de Machado de Assis. Segundo nota publicada no site da ABL, a solenidade marcará a extensa programação, iniciada em março, com a qual a academia vem homenageando "o maior dos escritores brasileiros".

A importância atribuída ao evento é de tal ordem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva presidirá a cerimônia e assinará, em seguida, os quatro decretos de promulgação do Acordo Ortográfico dos Países de Língua Portuguesa.

Para o Presidente da ABL, Cícero Sandroni, com esses atos Machado de Assis será "duplamente exaltado". De um lado, a academia lhe renderá expressivas homenagens, com dezenas de eventos e atividades, entre as quais a mega exposição sobre sua vida e obra já visitada por milhares de pessoas. De outro, a assinatura dos decretos do acordo ortográfico concretizará uma aspiração de Machado, declarada no discurso de encerramento do ano acadêmico de 1897: "A Academia buscará ser a guardiã de nosso idioma, fundado em suas legítimas fontes - o povo e os escritores, todos os falantes de língua portuguesa".

Transmitida ao vivo pelo portal da ABL, a cerimônia terá como orador oficial o acadêmico Eduardo Portella. Segundo informação da academia, já confirmaram presença os ministros da Educação (Fernando Haddad) e da Cultura (Juca Ferreira); o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; e os embaixadores e cônsules de Portugal, Angola e Moçambique.

Entre os senadores está confirmada a presença de Marco Maciel (DEM-PE) e José Sarney (PMDB-AP), dois integrantes da academia. É do primeiro a autoria do projeto, transformado na Lei 11.522/2007, que instituiu o Ano Nacional Machado de Assis.

A iniciativa do parlamentar deu sustentação jurídica e política à maior série de homenagens, festivas e concretas, a que teve direito um criador brasileiro em toda a história do país. Nunca se falou e publicou tanto sobre um autor, num curto espaço de tempo, como está se dando em relação a Machado.

Além das celebrações oficiais no âmbito da Academia, inúmeros eventos e lançamentos de livros por editoras privadas vêm ocorrendo desde o início do ano. Outros se seguirão até dezembro, mostrando o respeito do país pela importância, prodigalidade e pujança da obra de Machado.

Na ABL, as comemorações incluem, além de exposições, palestras, leituras dramatizadas, mostra de filmes a cargo do acadêmico Nelson Pereira dos Santos e até concertos destinados a recordar as preferências daquele que foi igualmente um crítico musical.

- Celebrar esse centenário de morte é na verdade celebrar o nascimento da literatura brasileira. Além de ser o nosso maior escritor, Machado era um polígrafo, pois versou em todos os ramos e gêneros - observa Marco Maciel.

O parlamentar considera as celebrações deste ano como "um ato de pedagogia cívica" capaz de mostrar às novas gerações a riqueza em estilo e idéias da obra machadiana. O senador chamou a atenção para contribuições do escritor ao sentido de nacionalidade (Instituto de Nacionalidade) e à análise do mundo da política (O Velho Senado). Como jornalista, Machado fez a cobertura das sessões da Casa no início da carreira.

Marco Maciel lembrou ainda que, em novembro, o Senado fará uma comemoração especial do centenário da morte de Machado de Assis com exposição e uma sessão solene. A soma de todos os eventos, nos âmbitos público e privado, deverão render grande curiosidade e maior conhecimento acerca da obra de Machado de Assis, na opinião do parlamentar. A TV globo, por exemplo levará ao ar uma minissérie baseada em Dom Casmurro, com o título Capitu.

Entre as publicações mais esperadas para este ano está o da correspondência (incluindo cartas ainda inéditas) de Machado, organizada pelo acadêmico Sérgio Paulo Rouanet. A Academia fechou convênio com o Ministério da Cultura para lançar todos os livros do autor a preços populares (entre R$ 3 e R$ 5) e, até o final do ano, vai publicar um dicionário sobre a obra do autor organizado por Ubiratan Machado.

No embalo da efeméride, já estão à venda a obra completa do autor pela editora Nova Aguilar, em três volumes, e o Almanaque Machado de Assis - Vida, obra, curiosidades e bruxarias literárias, organizado por Luiz Antônio Aguiar, lançado pela Record. 

Veja a programação completa das celebrações da ABL.



26/09/2008

Agência Senado


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