Acir Gurgacz cobra realização da reforma tributária
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO), em discurso nesta quinta-feira (4), cobrou a implementação da reforma tributária no país, com corte de impostos, ressaltando que a economia não pode ficar à mercê de decisões econômicas tomadas por outros países, como a medida anunciada pelo banco central dos Estados Unidos (FED), de comprar US$ 600 bilhões em títulos do governo que estão espalhados em instituições financeiras privadas. O objetivo seria tentar contornar a crise que tem mantido altas taxas de desemprego naquele país, explicou o senador.
Acir Gurgacz disse que a medida pode trazer impactos negativos para o Brasil. Ele explicou que o governo dos Estados Unidos, ao jogar de volta no mercado produtivo esses US$ 600 bilhões, reduz as taxas de juros de seus títulos e, com isso, praticamente força as instituições financeiras a buscarem outros investimentos, como o financiamento da produção, fazendo empréstimos a empresas norte-americanas.
Essa medida, salientou o senador, pode impactar o Brasil de três formas. Em primeiro lugar, é possível que as instituições financeiras que receberem parte desses US$ 600 bilhões procurem investimentos não produtivos no Brasil, inflacionando o preço de ações e de imóveis.
O segundo efeito negativo tem relação com a taxa de câmbio. O senador citou especialistas segundo os quais a política do FED é motivo de muita preocupação e terá como consequência a retaliação e o protecionismo. Isso acontece porque os Estados Unidos vão imprimir mais moeda para pagar os US$ 600 bilhões pelos títulos do governo. Isso fará com que o dólar seja ainda mais desvalorizado em relação ao real.
O último efeito negativo citado por Gurgacz é a elevação da competitividade dos exportadores americanos em relação à indústria brasileira. Ele frisou que o Brasil precisa imediatamente reduzir seus custos de produção - o chamado "custo Brasil".
- Não podemos ter nossa economia à mercê de ações econômicas como essas que estão sendo tomadas pelo governo dos Estados Unidos. Isso acontece exatamente por um motivo: nosso 'custo Brasil' é alto e perdemos competitividade muito facilmente - disse.
O parlamentar assinalou que há ainda "muita gordura a cortar para reduzir esse custo", mas não nos salários ou nos insumos de produção.
- O setor privado já vem fazendo cortes em cima de cortes. A economia brasileira privada já está, poderíamos dizer, saneada. A gordura à qual me refiro só pode ser cortada com a reforma tributária eficiente, inteligente, que seja fundamentada no corte de impostos - afirmou o senador, lembrando que o próprio governo já tomou consciência de que é possível abrir mão de certos impostos.
04/11/2010
Agência Senado
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