ACM ACHA QUE "MARCHA DOS 100 MIL" PODERÁ MELHORAR POPULARIDADE DO PRESIDENTE



A "Marcha dos 100 mil" organizada pelos partidos de esquerda e sindicatos, que deverá ocorrer na próxima quinta-feira (dia 26) em Brasília, poderá melhorar a popularidade do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. A opinião é do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, para quem o movimento, por não trazer propostas para os problemas do Brasil e não ter um motivo definido, mostrará à população que o país não vai crescer através da desordem. Para ele, a marcha é uma agitação desnecessária. Antonio Carlos também criticou a proposta de impeachment que está sendo defendida por alguns políticos, entre eles o ex-governador do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, a qual classificou de "uma brincadeira". Na sua opinião, proposições desse tipo são coisas "de quem não tem o que fazer", e enfraquecem a própria organização da marcha.- Não digo que é exagero falar que a marcha é uma tentativa de golpe, mas as instituições brasileiras estão fortes o bastante para não se abalarem com uma reunião de 50 mil pessoas, 60 mil, ou até se aumentarem para 100 mil não tem problema - observou Antonio Carlos.POPULARIDADEAo reconhecer que Fernando Henrique Cardoso está enfrentando um momento difícil, Antonio Carlos afirmou que na hora em que o presidente tomar as medidas que deve, vai recuperar sua credibilidade junto à opinião pública. "Não vai voltar à popularidade que tinha, mas vai ficar muito melhor do que está", completou.Antonio Carlos destacou a necessidade da "Marcha dos 100 mil" não se transformar em agitação. Ele disse que a mobilização não deve perder a direção ou descambar para a desordem. "Ninguém ganha enfraquecendo a autoridade do presidente numa hora em que é necessária a união de propósitos para vencer alguns problemas comuns", completou.Respondendo a uma repórter sobre a possibilidade da marcha perder o rumo, Antonio Carlos revelou que alguns líderes de partidos de esquerda disseram a ele que tudo estava sob controle. Porém, se os organizadores do movimento perderem o controle sobre os manifestantes, ressaltou, serão responsabilizados perante a nação. Ele completou que sua expectativa é de que a marcha será pacífica, mas se não for, o governo deverá estar preparado para tomar providências.

23/08/1999

Agência Senado


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