Presidente acha inviável CPI da Corrupção



O presidente do Senado, Jader Barbalho, disse nesta quarta-feira (4) não achar viável a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta pela oposição para investigar diversos casos de corrupção denunciados pela mídia. Segundo o senador, a CPI é "inexeqüível", seja pela quantidade de itens a serem apurados, seja pela diversidade das questões a investigar em pouco tempo.

- Espero, portanto, que prevaleça o bom senso e acho que a cobrança de providências deve ser permanente, bem como o acompanhamento junto aos órgãos responsáveis, de forma transparente para a opinião pública - afirmou Jader, para quem "não se deve criar um factóide político, que na verdade não colabora com ninguém".

Na avaliação do parlamentar, a insistência na proposição não colabora com o Congresso, "que vai ter uma dificuldade imensa com uma lista tão extensa para fazer qualquer apuração conseqüente, como também não colabora com a administração em geral e, por último, com a sociedade".

Jader declarou-se confiante no trabalho da recém-criada Corregedoria-Geral da União, que deverá "coordenar ações que hoje estão dispersas e centralizar as providências, estimulando a agilização". Em resposta à curiosidade dos jornalistas, que queriam saber se ele iria encaminhar alguma denúncia à Corregedoria, o presidente do Senado disse que "se tiver, é minha obrigação, mas eu não estou absolutamente interessado em promover o denuncismo".

Quanto à decisão das lideranças políticas da base do governo, de retirar a urgência do projeto em tramitação na Câmara que reajusta a tabela de desconto na fonte do Imposto de Renda e eleva o valor das deduções, Jader disse esperar que "ainda possa ser encontrada uma solução e, se não for possível já para este ano, que se estabeleça para o ano que vem".

O senador voltou a defender a correção da tabela e prometeu "conversar" com o presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), para saber "que tipo de encaminhamento ainda pode ser dado a esta questão".

04/04/2001

Agência Senado


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