ACM critica utilização da Petrobras como aparelho partidário
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) afirmou, em discurso nesta terça-feira (21), que "o povo está anestesiado com a publicidade do governo, contrariando todas as normas de moralidade que o país já conheceu". O parlamentar fez a constatação ao analisar notícias publicadas nos últimos dias pelo jornal O Globo sobre a utilização da Petrobras como instrumento de repasse de dinheiro a partidos políticos, entre eles o PT e o PCdoB.
Segundo o senador, "nunca em sua história a Petrobras teve uma direção que deixasse tanto de dar importância à moralidade pública". Ele disse que o dinheiro público e o dos acionistas estão sendo utilizados em proveito do PT. Antonio Carlos também criticou o que classificou de "postura tacanha e covarde" dos dirigentes da estatal no episódio da crise do gás envolvendo o governo boliviano.
Antonio Carlos também protestou contra a suposta concentração da aplicação de recursos em Sergipe, que teria como objetivo beneficiar politicamente o petista José Eduardo Dutra, ex-presidente da empresa nos primeiros anos do governo Lula. Ele não considerou correto o patrocínio dado pela estatal ao evento chamado Forró Caju.
- Agora parece que estão querendo mudar o nome da empresa para Forrobras. Eu, como modesto acionista da empresa, não quero participar desse Forrobras, não. Vamos acabar com a Forrobras e fazer voltar a Petrobras criada por Getúlio Vargas - disse Antonio Carlos.
Em aparte, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) defendeu o patrocínio ao Forró Caju e destacou que o evento é importante para a difusão do turismo em Sergipe e, conseqüentemente, para a geração de riqueza e emprego. Por outro lado, o senador Efraim Morais (PFL-PB) disse que Campina Grande, que na sua avaliação tem o maior forró do mundo, estaria sendo discriminada por não receber recurso nenhum da Petrobras para realizar seu carnaval. Já Wellington Salgado (PMDB-MG) elogiou Antonio Carlos Magalhães pela entrevista que o parlamentar concedeu à revista Veja, publicada este final de semana.21/11/2006
Agência Senado
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