ACM DEFENDE FORÇAS ARMADAS NA REPRESSÃO Á CRIMINALIDADE



O presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), defendeu nesta terça-feira (dia 30) a utilização das Forças Armadas na repressão à criminalidade e ao tráfico de drogas e para garantir a segurança interna do país. Ele sugeriu que o presidente da República convoque o Congresso Nacional para debater o assunto porque, em sua avaliação, há a "necessidade inadiável de o governo repensar" o papel dos militares. Para Antonio Carlos, o cidadãos não estão exercendo seu direito de ir e vir por causa da insegurança.O senador afirmou que, se necessário, propostas de emendas constitucional poderão ser apresentadas e votadas, durante essa convocação, alterando as funções das Forças Armadas de maneira "a dar maior segurança ao povo brasileiro". Ele acrescentou que, como os parlamentares já se reuniram em outras ocasiões para alterar o texto constitucional, modificando a ordem econômica, ou instituindo a reeleição para cargos do Executivo, "mudar o papel das Forças não será problema".- Inserir na Constituição uma nova destinação para as Forças Armadas é uma coisa da nossa inteligência, do governo, de quantos querem a paz neste país, argumentou.O senador disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso ofendeu as Forças Armadas quando afirmou, em entrevista concedida ao jornalista Márcio Moreira Alves, que "quem quer o Exército nas ruas é porque quer matar". Antonio Carlos disse acreditar que Fernando Henrique não tenha se referido à sua pessoa. "Achei uma ofensa às Forças Armadas, até porque não é hábito do Brasil, nem dos brasileiros, essa violência de estar nas ruas para matar", acrescentou. - Nós todos temos de nos unir. Quero que o governo tome meu discurso como uma colaboração, nada tenho de pessoal contra o presidente Fernando Henrique. Mas tenho uma representação popular, na Bahia, que me dá o direito, como todos os senhores, de defender os cidadãos que estão indefesos por falta de um policiamento decente do governo, sobretudo nas cidades do Rio e de São Paulo - afirmou.Segundo Antônio Carlos, no momento em que o governo federal trabalha para enxugar a máquina administrativa, promovendo cortes em gastos considerados indispensáveis, não mais é possível manter 300 mil homens - o efetivo atual das Forças Armadas - apenas sendo "adestrados" para atuar em situações de guerra, que estão longe das perspectivas do Brasil, "sem dar a retribuição de serviço efetivo". Para o parlamentar, as infantarias do Exército, da Aeronáutica e os fuzileiros navais poderiam ser usados em ações coordenadas para proteger a cidadania e o patrimônio.De acordo com Antônio Carlos, os governos estaduais não têm condição de promover, sozinhos, a segurança de suas populações. O senador disse que o descontrole da situação fica mais do que provado quando se verificar a facilidade com que um governador é agredido ou um ministro recebe um ovo. "Está demonstrado que a situação foi para outro âmbito, do que o normal da violência", afirmou.- Vamos colocar os preconceitos, o partidarismo, as ideologias, as nossas diferenças pessoais de lado e discutir o assunto com coragem, com profundidade e dedicação. É o que o povo brasileiro espera de nós congressistas - salientou.

30/05/2000

Agência Senado


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