ACM DIZ QUE PARTIDOS E GOVERNO DEVEM OUVIR "RECADO DAS URNAS"



O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, disse nesta segunda-feira (dia 30) que o favoritismo do Partido dos Trabalhadores no primeiro turno, confirmado no segundo turno das eleições, e o crescimento do PT, principalmente nos grandes centros urbanos deve ser visto como um "recado das urnas" tanto pelo seu partido, o PFL, como pelas demais legendas e pelo governo federal.

- Todos nós devemos fazer uma revisão. Acho que na Bahia preciso menos porque ganhei. Devemos voltar a atenção para programas sociais - enfatizou.

O senador disse que não se pode demorar com um projeto de erradicação da pobreza, como, a seu ver, está ocorrendo na Câmara. Antonio Carlos voltou a defender a busca de uma solução para o aumento do salário mínimo e para o pagamento da correção dos saldos do FGTS, como determinou a Justiça.

- Evidentemente, tem-se que ver as possibilidades que o governo tem para cumprir essas metas, passando por negociações com os trabalhadores - observou.

Antonio Carlos disse ainda que esse recado também deve ser ouvido pelo Judiciário, criticando a recente decisão do Supremo Tribunal Federal, que considerou legal a reposição de 11,98 % aos funcionários daquele Poder e do Legislativo.

- O Judiciário tem sido perverso ao dar aumento para os que ganham mais, inclusive eles próprios, e não dar o aumento normal para aqueles que ganham menos. Ele precisa ter mais espírito público - afirmou o senador.

Ainda referindo-se ao resultado das eleições, Antonio Carlos observou que embora as vitórias do PT credenciem o partido para as eleições presidenciais de 2002, os petistas dependerão de futuras composições que o partido venha a fazer e também do teste da boa administração pública por que as prefeituras deverão passar.

Antonio Carlos afirmou ainda que, mesmo não tendo vencido em algumas capitais, o PFL demonstrou ser um partido forte, já que nos locais onde perdeu ficou poucos pontos percentuais abaixo do vencedor. "O PFL não é um partido derrotado. Eleição é assim. Às vezes se perde, às vezes se ganha", lembrou.

O senador não quis anunciar posições sobre a reforma política, mas informou que ainda esta semana irá reunir-se com as lideranças de seu partido para discutir as sugestões a serem apresentadas. Ele disse que deve conversar com o presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), e com o vice-presidente da República, Marco Maciel, sobre o assunto.

30/10/2000

Agência Senado


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