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ACM elogia Regina e Arruda a acusa de montagem

Ao fazer suas considerações finais perante o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) leu um trecho do depoimento anterior da ex-diretora do Prodasen Regina Célia Peres Borges em que ela o elogiava extensamente. No trecho citado, Regina comenta sua relação com o ex-presidente do Senado, dizendo que aprendeu a respeitar e admirar Antonio Carlos, considerando-o um homem sério e justo, dizendo-se impressionada pela maneira com que ele se dirigia aos funcionários, sendo por vezes bravo, por vezes terno.

Antonio Carlos também prestou homenagens a Regina, e fez referência ao livro com os discursos proferidos por senadores e deputados no Congresso Nacional, no dia 7 de fevereiro, em que foi homenageado pelos parlamentares. "Eu não poderia ter mudado tanto para não receber mais a consideração e o respeito dos meus colegas", disse Antonio Carlos.O senador baiano disse ainda que tem recebido inúmeras manifestações de solidariedade, sendo 1.200 e-mails, de todo o país. O ex-presidente do Senado afirmou que tem mantido a mesma versão durante todo o processo no Conselho de Ética.

Arruda acusa Regina de "lapidar sua versão"

Já o senador José Roberto Arruda (sem partido-DF), em suas considerações finais, afirmou que, ao contrário de Regina, não procurou "lapidar ou maquiar sua versão para atender a interesses políticos". Ele acrescentou que assumiu sua parcela de culpa e de responsabilidade no episódio. O senador leu ainda um e-mailque teria recebido de um escritório de advocacia de Brasília, subscrito pelos advogados Waldir Campos Lima e Carlúcio Campos Coelho, propondo estratégias para livrá-lo das acusações. Arruda, que estranhou o conteúdo da mensagem, constatou a ligação de um dos filhos de Regina, Dorival Borges de Souza Neto, com o advogado Carlúcio, e insinuou que Regina estaria seguindo a estratégia proposta.

Arruda questionou a afirmação da ex-diretora do Prodasen de que teria impresso a lista com os votos secretos dos senadores sem tê-la lido, como também de que teria sido ameaçada pelo senador, com expressões como "faca no pescoço", "tortura" e "guilhotina".

- Neste caso, a dra. Regina, o senador Antônio Carlos e eu infelizmente estamos ligados no mesmo ato, mas não estamos sendo acusados de desvio de dinheiro público. A cada culpa, a sua contrição - acrescentou o senador.

Regina diz que seu depoimento esclarece violação

Nas suas considerações finais, Regina disse ter certeza de que a leitura completa dos depoimentos vai levar os membros do Conselho de Ética a encontrar um sentido para o episódio da violação do painel. Ela disse não ter entendido as referências de Arruda a seu filho Dorival Borges de Souza Neto, advogado trabalhista. Ela contou que Dorival a procurou, trazendo um recado de Carlúcio. Este teria se mostrado disposto a aconselhar Regina, mas ela teria dispensado a ajuda.

03/05/2001

Agência Senado

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