ACM Júnior sugere alternativas para reduzir o 'spread' bancário e Jayme Campos cobra medidas que amenizem crise nos frigoríficos



Reduzir o percentual referente às captações em depósito à vista e outros títulos contábeis que o governo obriga os bancos comerciais e outras instituições financeiras a depositarem compulsoriamente junto ao Banco Central e diminuir os impostos que incidem sobre o spread bancário. Na avaliação do senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA), se o governo adotar essas duas medidas, os empréstimos bancários poderão ficar mais baratos. O comentário do senador foi feito durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (18) em conjunto pelas Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Acompanhamento da Crise Financeira e da Empregabilidade.

As próprias instituições bancárias poderão contribuir para reduzir o spread se conseguirem aperfeiçoar suas ferramentas de análise de risco dos empréstimos concedidos às pessoas físicas. Antonio Carlos Júnior observou que os bancos têm maior facilidade de avaliar o risco de crédito às pessoas jurídicas. Quanto mais certeza a instituição tem de que receberá de volta o valor que emprestou, mais condições ela tem de reduzir os juros daquela operação.

O presidente do Banco do Brasil, Antonio Francisco de Lima Neto, concordou com a opinião de Antonio Carlos Júnior a respeito da necessidade de os bancos melhorarem os mecanismos de análise de crédito da pessoa física. A implantação de um cadastro positivo seria uma medida importante. Já a presidenta da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho, advertiu que não deve ser criada a expectativa de que a redução de um determinado imposto implicaria em uma diminuição de juros, de forma linear, em todos os produtos oferecidos pelas instituições financeiras.

O senador Jayme Campos (DEM-MT), por sua vez, pautou sua intervenção na crise que está atingindo o setor frigorífico. A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafigo) estima que 50 unidades brasileiras paralisaram seus abates em virtude da crise financeira internacional. Desse total, informou Jayme Campos, cerca de 15 estão instalados no Mato Grosso. O senador indagou aos representantes da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil se procede a informação de que a falta de uma linha de adiantamento de crédito para exportações estaria contribuindo para o agravamento da crise no setor.

O Banco do Brasil não tem contingenciado ou limitado o crédito para os empresários do setor frigorífico. Essa foi a resposta que o presidente Lima Neto deu ao senador Jayme Campos. Ele revelou que a instituição tem colaborado com o governo federal no sentido de elaborar propostas para aliviar a crise que atinge os negócios na área. A presidenta Maria Fernanda não se referiu especificamente à questão dos frigoríficos mas, ao tratar da crise, avaliou que o Brasil está bem melhor estruturado para enfrentá-la.



18/03/2009

Agência Senado


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