ACM pede autocrítica a partidos políticos



O senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) fez um longo pronunciamento em Plenário nesta quarta-feira (23) para conclamar os parlamentares de todos os partidos, inclusive o Democratas, a refletir sobre a necessidade de uma ampla reformulação em suas estruturas internas. O senador defendeu a realização de uma reforma política que fortaleça os partidos, valorize as instituições políticas e as tornem capazes de impedir que os partidos se afastem da vontade popular.

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- Ainda que [os partidos políticos] comunguem os mesmos ideais e se subordinem a uma liderança nacional, seus diretórios regionais, por intermédio de seus membros, devem enxergar os caminhos regionais que lhes são comuns - propôs o parlamentar, referindo-se à estrutura interna dos partidos.

Em seu pronunciamento, o representante baiano chamou a atenção dos parlamentares para três fatores que considera fundamentais para a consolidação de um partido. O primeiro deles é, segundo ACM, o respeito do partido ao pensamento das bases eleitorais. Para o senador, as agremiações somente se tornam instituições verdadeiramente democráticas "quando refletem as culturas de onde provêm".

O segundo fator seria a capacidade do partido de conviver com a diversidade de pensamento, sobretudo a de seus membros; e o estímulo à diversidade para encontrar uma solução para as crises.

O senador afirmou também que a consolidação de um partido em âmbito nacional e sua sobrevivência no cenário político ocorrerá à medida que consiga representar "o mosaico de interesses regionais do país". Fez um apelo aos líderes partidários para que se conscientizem de que não podem se sobrepor ao próprio partido. Nesse sentido, foi enfático ao aconselhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que se reaproxime do PT e o auxilie a retomar seus princípios político-partidários, abandonados, segundo ele, depois de sua assunção ao poder.

- Um partido terá maiores chances de se perenizar à medida que não se submeta à vontade de planos pessoais, como acontece, às vezes, no Congresso Nacional. Liderar é um dom cobiçado por muitos, mas exercido com sabedoria por poucos. Não se pode ignorar em um partido que se pretenda democrático a apresentação de um elevado grau de participação - reiterou o senador.

O terceiro fator de consolidação de um partido, de acordo com ACM, é o seu amadurecimento e profissionalismo. Para isso, deve, segundo ele, utilizar a razão como ferramenta "para domar a paixão".

ACM fez uma autocrítica de seu partido, quando disse que nele havia uma verdadeira ditadura com um comando que, por 11 anos, desrespeitou a opinião de seus líderes e centralizou decisões importantes nas mãos de um pequeno grupo do diretório nacional.



23/05/2007

Agência Senado


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