ACM pede investigação profunda de possíveis irregularidades na Sudene



O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) defendeu nesta segunda-feira (dia 26) uma total reformulação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), com uma profunda investigação sobre possíveis irregularidades em projetos executados pelo órgão. Ele disse que não se podem comparar os desvios verificados na Sudene, segundo noticiou a imprensa, com os denunciados na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), pois, na sua avaliação, na Amazônia todos os projetos foram feitos para "beneficiar pessoas ligadas a políticos, enquanto no Nordeste, se isso ocorreu, foi em escala bem menor".

- Queremos uma reestruturação da Sudene e queremos punição para qualquer empresário nordestino que tenha praticado irregularidades. Projetos da Sudene que tiverem maracutaia, como os da Sudam, têm que ser expostos ao público. É preciso mostrar se políticos estavam envolvidos nele, como no caso da Sudam, como provei várias vezes - frisou.

Antônio Carlos, anunciou que ocupará novamente a tribuna do Senado, nesta semana, com o objetivo de chamar a atenção do país para novas denúncias de corrupção. "Estarei ainda mais turbinado para utilizar melhor o meu trombone", assinalou.

Na avaliação do senador, depois que ele iniciou o que chamou de "cruzada pela moralidade", o conceito do Congresso na opinião pública melhorou. Ele acrescentou que as seguidas denúncias de corrupção melhorarão ainda mais a imagem do Legislativo.

- Não com a destruição do governo, que não nos interessa, mas com a destruição da corrupção que afeta alguns setores do governo e também o Brasil - acentuou.

Antônio Carlos convocou todos os parlamentares, sobretudo os nordestinos, para criarem uma frente com o objetivo de aprovar os projetos importantes, mas "sem oposição sistemática ao governo". Ele sugeriu ainda que o Congresso tenha mais atenção quando apreciar os nomes indicados para a composição da novas agências de desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste que substituirão a Sudam e a Sudene. Segundo o senador, se forem indicados e aprovados nomes que formaram a recém demitida diretoria do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), o Congresso estará "sendo conivente".

- Espero uma investigação séria na Sudene e na Sudam, não por amostragem, mas completa. E acredito que o ministro (Fernando Bezerra, da Integração Nacional) possa fazer isso, porque ele quer fazer vida pública e, neste país, ninguém faz vida pública sem a ética e a moralidade. Os negócios escusos não cabem aos políticos - ressaltou o senador.

Antônio Carlos fez ainda um apelo à Mesa para que envie seu pronunciamento ao ministro Fernando Bezerra, a fim de que este leve ao conhecimento do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, "o desejo do Senado de ver o Brasil moralizado".

26/03/2001

Agência Senado


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