ACM QUER AÇÃO CONJUNTA DAS CENTRAIS E DO CONGRESSO: FGTS E MÍNIMO



Uma ação conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados, em articulação com as centrais sindicais brasileiras. Esta é a sugestão apresentada na manhã desta quinta-feira, dia 5, pelo presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, aos dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Força Sindical, para resolver o impasse em torno do pagamento da diferença do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) a milhões de trabalhadores, bem como para garantir um reajuste do salário mínimo acima do índice previsto pelo governo dentro do orçamento da União para 2001.

Os presidentes da CUT, João Felício, e da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, acompanhados dos deputados Luiz Antonio Medeiros (PFL-SP) e Paulo Paim (PT-RS), procuraram o senador para pedir apoio parlamentar nas negociações com o governo em relação ao pagamento das diferenças dos planos Verão e Collor sobre o FGTS. Os sindicalistas também querem um aumento real para o salário mínimo no ano que vem. A oferta de um reajuste geral de salário para o funcionalismo público foi outra reivindicação debatida.

De acordo com os dirigentes sindicais, a partir da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), favorável aos trabalhadores no caso do FGTS, o presidente da República anunciou uma medida positiva e importante - a decisão de estender o pagamento a 51 milhões de trabalhadores, que teriam direito a R$ 43 bilhões em diferenças do FGTS, segundo Paulo Pereira. "O problema é que, depois disso, os trabalhadores estão cobrando das centrais uma informação sobre como será pago esse dinheiro e o governo, de seu lado, sequer aceita reunir-se para tratar do assunto", queixou-se o presidente da Força Sindical.

A intenção do governo reajustar o salário mínimo em pouco mais de 5%, como consta no orçamento para 2001, é inaceitável para os trabalhadores, acrescentou o presidente da CUT. Os sindicalistas também reivindicam um reajuste geral de salários para o funcionalismo público, que está há mais de cinco anos sem aumento. O senador Antonio Carlos Magalhães também está preocupado com a falta de reajuste para o funcionalismo.

Em resposta às preocupações e solicitações dos dirigentes sindicais, Antonio Carlos Magalhães sintetizou seu apoio ao movimento propondo três ações específicas, todas concentradas em um grande encontro entre os presidentes da Câmara, do Senado e das centrais sindicais. Aberta a todos os senadores e deputados que quiserem participar, a reunião trataria de elaborar um projeto de lei que acelerasse o processo de ressarcimento das perdas do FGTS (inclusive obrigando os bancos a fornecer extratos gratuitos, em vez de cobrar R$ 4,50 por folha). A reunião também debateria meios para aumentar o reajuste do salário mínimo e gestões junto ao governo para pleitear um reajuste salarial para o funcionalismo público.

Os dirigentes sindicais apoiaram a proposta de imediato e se comprometeram a procurar o presidente da Câmara, deputado Michel Temer, a fim de agendar o encontro para uma data nas próximas duas semanas. Antonio Carlos destacou estar disponível para a reunião, "a qualquer dia, em qualquer lugar, a qualquer hora".

05/10/2000

Agência Senado


Artigos Relacionados


FGTS: ACM SERÁ INTERMEDIÁRIO ENTRE CENTRAIS SINDICAIS E GOVERNO

CENTRAIS SINDICAIS APÓIAM LUTA DE ACM POR MÍNIMO DE R$ 177

SENADO ANALISA TRAMITAÇÃO CONJUNTA DE PROJETOS QUE ALTERAM SAQUE DO FGTS

Centrais querem R$ 580 e relator diz que vai negociar mínimo com Dilma e Lula

Paim quer que Congresso defina reajuste do salário mínimo por meio de projeto de lei

Governo e centrais vão manter discussões sobre mínimo e benefícios trabalhistas