ACM: "Um trombone faz muita zoada e pode levantar uma orquestra"



O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) afirmou na tarde desta quinta-feira (dia 8), em entrevista à imprensa, que "um trombone isolado faz muita zoada e pode muito bem levantar uma orquestra". A frase foi uma resposta ao presidente Fernando Henrique Cardoso que, pela manhã, disse que os partidos aliados tinham divergências e Roberto Requião (PMDB-PR) e Antonio Carlos eram, dentro de seus partidos, "trombones isolados" de suas orquestras.

Interrogado se ele se considerava vitorioso nos episódios da fita degravada pelo foneticista Ricardo Molina e na manifestação do PFL de que admitirá divergências dentro do partido, Antonio Carlos Magalhães afirmou "que preferia dizer que foi uma derrota dupla" de seus adversários políticos. O ex-presidente do Senado informou que está estudando juridicamente a possibilidade de processar a IstoÉ, pois a fita degravada não coincide com as frase divulgadas pela revista.

Sobre a afirmação do presidente da República, que o associou a "entulho da ditadura", o senador baiano respondeu: "Entulho é lá com o pessoal dele. Eu sei que ele vai limpar esse entulho. Ainda não limpou, mas vai limpar". Foi perguntado ao senador se ele teria ficado irritado com a declaração do presidente Fernando Henrique de que ele, Antonio Carlos, participou da "ditadura militar" pós-64. "Não me irrita em nada ter participado daqueles governos, da mesma forma que Fernando Henrique quase participou do governo Collor. Ele foi impedido pelo Mário Covas."

Antonio Carlos disse que o presidente da República "está com remorso por ter demitido dois ministros em função de nada, pois são dois homens competentes", numa referência aos ex-ministros Waldeck Ornélas, da Previdência, e Rodolpho Tourinho, das Minas e Energia.

08/03/2001

Agência Senado


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