ADEMIR CRITICA DECISÕES DO GOVERNO SOBRE HIDRELÉTRICA DE TUCURUÍ



O senador Ademir Andrade (PSB-PA) criticou a intenção do governo federal de concluir a segunda etapa da hidrelétrica de Tucuruí antes de construir as eclusas da primeira etapa, que deveriam ter sido entregues juntamente com a conclusão da obra. O lado justante da barragem foi extremamente prejudicado pela falta das eclusas, afirmou o senador, uma vez que o rio foi barrado e a migração e a reprodução de peixes deixou de ocorrer, o que causou prejuízos à área pesqueira de quatro municípios.Ademir Andrade criticou, também, o fato de o Governo federal usar recursos do Tesouro ou de empréstimos externos para construir a segunda etapa da hidrelétrica de Tucuruí, quando está propondo a venda da primeira etapa, que custou aos cofres públicos US$ 6 bilhões, por US$ 1 bilhão.Na avaliação do senador, ao decidir realizar a segunda etapa de Tucuruí com recursos próprios, o Governo "se torna absolutamente impossibilitado de vender a hidrelétrica, porque seria um ato indecororo". A obrigação do governo, na avaliação do senador, teria que ser a de permitir que empresas privadas, com recursos próprios, completassem a segunda etapa da obra.O senador lembrou, ainda, que a classe política da região exigiu do Governo federal o compromisso de só concluir a segunda etapa da hidrelétrica com a construção das eclusas, viabilizando a hidrovia Araguaia-Tocantins. Ele destacou a importância dessa obra, que atende a quatro estados e une três grandes rios, permitindo o transporte de toda a produção agrícola do Centro-Oeste Brasileiro.A senadora Heloísa Helena (PT-AL) disse que compartilhava a indignação de Ademir Andrade. "Temos que fazer uma guerra contra o Governo federal para impedir a imoralidade do processo de privatização de nossas hidrelétricas", afirmou a senadora.TETOAdemir Andrade também abordou a questão da fixação do teto salarial dos três poderes, lamentando as concessões feitas para beneficiarem aqueles que, além de salário, recebem uma aposentadoria. Ele disse, no entanto, ver um aspecto positivo na discussão, observando que "antes existiam marajás e supersalários, mas ninguém falava nada. Hoje se discute em público", afirmou.

03/03/2000

Agência Senado


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