Temporão critica fato de o Papa comentar decisões de governo brasileiro sobre aborto



Ao sair de exposição na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) na quarta-feira (9), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, lembrou que, no Brasil, a Igreja e o Estado já estão separados há séculos. A afirmação foi feita em referência à informação veiculada na imprensa de que o papa Bento XVI, que visita o Brasil nesta semana, faria afirmações fortes em favor da vida.

- Aborto no Brasil é um problema de saúde pública, que precisa ser debatido por todos os segmentos da sociedade brasileira porque tem implicações éticas, religiosas e sociais. Até este momento, não há uma posição oficial de governo, mas considero que falar sobre o assunto representa uma polêmica positiva, uma vez que algo precisa ser feito sobre essa ferida aberta da sociedade brasileira - afirmou.

O ministro lamentou que, até o momento, sejam os homens que estão se pronunciando com maior contundência sobre o aborto e afirmou que gostaria de conhecer as opiniões das mulheres sobre o assunto, uma vez que elas são as maiores interessadas no problema. Temporão declarou, ainda, não entender bem a disposição do Papa de discutir políticas relacionadas ao aborto no Brasil, uma vez que prescrever dogmas de fé numa sociedade de muitas religiões como a brasileira parece ser, em sua opinião, um contra-senso.

09/05/2007

Agência Senado


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