ADEMIR CRITICA POSIÇÃO DE ONGS SOBRE OBRAS NA REGIÃO AMAZÔNICA



A Hidrovia Araguaia/Tocantins e o asfaltamento das rodovias Santarém/Cuiabá, Tranzamazônica e Manaus/Boa Vista, afirmou nesta terça-feira (dia 4) o senador Ademir Andrade (PSB-PA), são obras absolutamente fundamentais para a região amazônica. A observação foi feita a propósito de denúncias feitas pela Fundação Centro de Apoio e Referência Cultural (Cebrac) e outras seis organizações não-governamentais (ONGs).
As instituições foram criticadas pelo senador por terem impedido judicialmente a realização de debate público com as populações interessadas, conforme proposta do Ministério dos Transportes. Foram também condenadas pelo parlamentar por não pressionarem o governo federal a cumprir a legislação referente às populações indígenas e à exploração de madeira.
Segundo Ademir Andrade, as ONGs contestam a hidrovia baseando-se em números diametralmente opostos aos calculados pelo governo. O governo calcula que a hidrovia permitirá o escoamento de produção agrícola da ordem de 25 milhões de toneladas de grãos, "dez vezes mais do que prevêem as ONGs". Quanto aos custos, acrescentou, o governo estima despesas em torno de R$ 300 milhões, enquanto as ONGs afirmam que eles atingirão R$ 1 bilhão.
Ademir Andrade salientou que, por ocasião da construção da hidrelétrica de Tucuruí, chegou a participar de atos públicos ambientalistas contra a usina, acreditando, com as ONGs, que o lago criado pela hidrelétrica apodreceria e mataria os peixes. "As previsões não se confirmaram e o lago de Tucuruí, um dos mais piscosos do país, é grande produtor de tucunaré", disse. Como a hidrovia e o asfaltamento das três rodovias integram o programa Brasil em Ação, o senador acredita que, nesse aspecto, "o governo federal está sendo mais inteligente que as ONGs". Técnicos da Universidade de São Paulo que também estão tratando da questão são favoráveis às obras, o que pelo menos estabelece o contraditório, opinou.
Em aparte, Mozarildo Cavalcanti (PFL-RO) observou que a grande imprensa "só dá espaço para as ONGs, o que dá até para desconfiar". Para ele, as ONGs têm se colocado "acima da lei e da verdade", querendo impor seus pontos de vista a todo custo. Antero de Barros (PSDB-MT), por sua vez, considerou lamentável a posição da Justiça Federal, que suspendeu duas vezes as audiências públicas para tratar da construção da hidrovia. "Para que se escudar em uma decisão judicial e impedir um debate público?", questionou. Amir Lando (PMDB-RO) concordou com Mozarildo e disse que é preciso mesmo deasconfiar das pressões das ONGs, "pois aí falam alienígenas que querem a Amazônia como território das grandes potências".

04/04/2000

Agência Senado


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