Mozarildo critica descaso histórico com a região amazônica



Em discurso nesta quarta-feira (25), o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) afirmou que sua principal bandeira no Senado continuará sendo a defesa do estado de Roraima e da Amazônia, "a região mais abandonada do país".

O senador citou artigo da jornalista Miriam Leitão no qual ela afirma que o "Brasil tem vivido toda a sua história de costas para a floresta", chamando a atenção para o fato de que, nesta eleição, o tema ambiental"passou batido".

Por outro lado, Mozarildo chama a atenção para o fato de o artigo de Miriam Leitão mencionar apenas a floresta, sem tratar dos seres humanos que vivem na região e das atividades possíveis de serem ali desenvolvidas. O senador ressaltou que a região tem 25 milhões de habitantes - uma população superior à da Venezuela - e lamentou que não exista um projeto para a Amazônia.

Mozarildo também citou artigo da jornalista Débora Thomé sobre o Projeto de Gestão das Florestas, elaborado pelo Executivo, que permite a exploração da floresta por 30 anos, renováveis por mais 30, pela iniciativa privada. O senador, que se opôs ao projeto, afirmou que a regulamentação da privatização da Amazônia já está em processo adiantado.

- Já existe até um conglomerado de empresas internacionais interessado em arrecadar essas áreas da Amazônia para explorá-las legalmente, porque o governo brasileiro e o Congresso Nacional aprovaram uma lei que permite privatizar a nossas florestas - protestou.

Embora declarando seu voto em Geraldo Alckmin, o senador criticou seu plano de salvar a Amazônia impedindo a derrubada de mais árvores.

- Uma árvore é um ser vivo que nasce, cresce, produz e morre. Temos é que tirar, no momento certo e de maneira adequada, proveito dela. Temos que saber como plantar e replantar, mas não adotar essa pregação rígida de que não se derruba mais nenhuma árvore na Amazônia. Só quem nunca esteve na Amazônia pode imaginar um plano desse.

Mozarildo também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, segundo afirmou, passou quatro anos na Presidência "sem ligar" para a Amazônia.

25/10/2006

Agência Senado


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