Arthur Virgílio critica decisão que altera horário de programação de TV na região amazônica



Em discurso no Plenário, o senador Arthur Virgilio (PSDB-AM) criticou portaria do Ministério da Justiça que trata da classificação indicativa da programação das emissoras de TV que, segundo revelou, está "angustiando" as pessoas da região amazônica. Isso porque, em decorrência da norma, os programas são exibidos em horários diferentes dos que são observados no resto do país, o que faz com que, por exemplo, os jogos de futebol só possam ser vistos, em gravação, no final da noite e no início da madrugada.

- [Isso] está dando a sensação de que elas não fazem parte do país - declarou.

O senador informou que vai apresentar uma proposição legislativa - talvez um projeto de resolução ou outra proposta que seja apropriada - para impedir essas deliberações arbitrárias que, na sua opinião, censuram os meios de comunicação.

- Cabe uma atitude legislativa da Casa para impedir que, com esse erro, se prejudique a população de nossa região - disse Arthur Virgílio.

O senador explicou que a Rede Globo, por exemplo, que tem na Rede Amazônica de TV a sua afiliada em cinco estados da Amazônia, viu-se obrigada a veicular sua principal novela, que transmite às 20h - a chamada "novela das 8" -, a partir das 21h (hora local), 22h em Brasília, por força do cumprimento dos critérios de faixa etária.

- Ora, vinte e uma horas é quase o horário do futebol às quartas-feiras. A única alternativa para a Globo, então, é gravar os jogos e exibi-los depois, mas muito mais tarde, depois do programa de Jô Soares - disse ainda o senador.

Arthur Virgilio informou que, sempre que vai ao Amazonas, escuta dezenas de reclamações. Para ele, esse fato faz com que a população da região sinta-se desligada do resto do país, sobretudo às quartas-feiras, porque não pode ver o futebol na TV na mesma hora que os brasileiros das outras regiões.

Críticas

Arthur Virgílio também voltou a criticar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que, segundo denúncias da ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil Denise Abreu, teria favorecido a venda da Varig e da VarigLog para o fundo Matlin Patterson, mais três sócios brasileiros.

O parlamentar também registrou críticas ao resultado das atividades da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Cartões Corporativos, classificando o trabalho do colegiado de desgastante para o Congresso. Por isso, informou, a oposição não aceitará mais instalação de CPI Mista, pois nessa experiência, disse, a maioria governista da Câmara impôs seu relatório, isentando o governo das acusações que levaram à investigação. Arthur Virgilio lembrou ainda que a oposição apresentou um relatório sério à CPI Mista e que esse documento certamente irá gerar investigação pelo Ministério Público e pela Justiça.

A proposta da Contribuição Social para a Saúde (CSS), que tramita na Câmara dos Deputados, também foi criticada pelo parlamentar. Ele disse que sobram recursos da arrecadação tributária para o governo destinar à saúde, mas também, destacou, sobra corrupção e falta gerência séria dessesrecursos. Arthur Virgilio declarou que a proposta, se for aprovada pela Câmara, será derrotada no Senado. Ele recebeu apartes de apoio dos senadores Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Adelmir Santana (DEM-DF).



06/06/2008

Agência Senado


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