ADEMIR CRITICA PREJUÍZO DO BANCO CENTRAL
O prejuízo de R$ 13,041 bilhões anunciado pelo Banco Central, foi criticado nesta sexta-feira (dia 31) pelo senador Ademir Andrade (PSB-PA). Segundo ele, "até hoje não se tem notícia de um único banqueiro, que tenha levado à falência o seu banco, de um único ex-dono desses bancos, indiciado em inúmeros processos, que esteja na cadeia, sequer se tem notícia que tenham perdido o seu patrimônio ou os seus bens". - Estão todos muito bem, passeando pelo exterior e vivendo como pessoas ricas e poderosas. Não perderam absolutamente nada do seu patrimônio pessoal e levam uma vida muito boa - afirmou o senador.Referindo-se a discurso do senador José Fogaça (PMDB-RS), Ademir disse que o senador gaúcho cometeu um engano quando deu a entender que os recursos utilizados pelo Proer não eram do Tesouro Nacional. Ademir explicou que esses recursos podem não vir diretamente dos impostos arrecadados pela população, mas grande parte deles foram conseguidos com a emissão de títulos da dívida pública pelo Banco Central.Para Ademir, os números são claros quando demonstram que os saques das reservas que os próprios bancos recolhem ao Banco Central (compulsório) somam apenas R$ 14,3 bilhões do total do socorro do Proer de R$ 29,9 bilhões. O restante, afirmou Ademir, foram recursos diretos conseguidos mediante emissão de títulos da dívida pública. O senador citou ainda o socorro de R$ 8 bilhões ao Banco do Brasil, por ter sido obrigado a assumir títulos de precatórios da dívida de São Paulo, e o alerta do ministro da Saúde José Serra, para o iminente colapso do Sistema Único de Saúde (SUS) por não ter R$ 2 bilhões para complementar o orçamento.O senador Romero Jucá (PSDB-RR), em aparte, discordou da opinião de Ademir em relação ao governo, que, segundo ele, tem proporcionado avanços sociais importantes para o país. Jucá deu como exemplo a ação de José Serra, dos ministros da Educação, Paulo Renato Souza, e das Comunicações, Pimenta da Veiga, e explicou que os R$ 2 bilhões que faltam ao SUS estão sendo providenciados na Comissão Mista de Orçamento. Em relação ao Proer, o senador disse que foi uma medida emergencial e necessária e que o dinheiro alocado não foi para os banqueiros, mas sim para dar lastro e promover o redimensionamento do Sistema Financeiro Nacional.
31/03/2000
Agência Senado
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