ADEMIR DENUNCIA SUCATEAMENTO DE HOSPITAIS PÚBLICOS NO PARÁ
O senador Ademir Andrade (PSB-PA) denunciou hoje (dia 5) a situação de calamidade verificada nos hospitais públicos do Pará, especialmente os dos municípios de Itaituba, Santarém, Monte Dourado, Altamira, Capanema e Marabá, da Fundação Nacional de Saúde (FNS), e cobrou do presidente da entidade, Januário Montone, informações sobre como foram gastos os R$ 25 milhões que teriam sido liberados para o estado em 1997 e sobre quanto será destinado em 1998.
- Quero que ele diga onde está o dinheiro, porque os hospitais estão liquidados, sucateados, com leitos fechados, e essa é a política para a saúde do governo Fernando Henrique Cardoso: a da destruição da saúde pública do país. A malária e a dengue grassam no estado, e a Fundação Nacional de Saúde nunca recebeu um único centavo em 1998 - assinalou, para observar que, enquanto isso, há dinheiro para a compra de votos para que o PMDB não lance candidato próprio à presidência da República.
Ademir Andrade salientou que, nas regiões pobres do estado, a população está "morrendo à míngua", sem assistência médica. Segundo o senador, no hospital de Monte Dourado, apenas 18 dos 98 leitos estão em funcionamento, por dificuldades de manutenção. Já em Itaituba, conforme relato de Ademir Andrade,não há dinheiro "sequer para comprar um quilo de sal".
O senador afirmou que o dirigente estadual da FNS foi nomeado em troca do voto de um deputado pela reeleição de presidente da República. Para Ademir Andrade, se o nomeado fosse competente e sério, tudo bem: "o que se sabe e o que corre é que a falcatrua e a corrupção correm soltas dentro da Fundação Nacional de Saúde no Pará" - completou.
Ademir Andrade informou que no dia 11 de fevereiro conversou com Januário Montone sobre a situação da saúde em seu estado, e ouviu do presidente que este tinha conhecimento de algumas irregularidades e que os recursos seriam repassados diretamente às unidades hospitalares.
- Estive na sexta-feira em Monte Dourado, no sábado em Santarém e no domingo em Altamira, e até agora não chegou um centavo nessas unidades, que estão praticamente fechadas - contou.
Há dois meses, segundo Ademir Andrade, a imprensa do Pará denuncia a situação de caos em que se encontram os hospitais públicos, e é impressionante que se deixe em total abandono esses estabelecimentos. "É preciso agir rápido porque há uma revolta da população do meu estado", acentuou.
05/03/1998
Agência Senado
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