ADEMIR PEDE DECISÃO RÁPIDA SOBRE REELEIÇÃO
O senador Ademir Andrade (PSB-PA) apelou aos presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e das Comissões de Constituição e Justiça das duas Casas, para que coloquem logo em pauta os 12 projetos de emenda constitucional (PEC) que tratam da reeleição, para que haja uma decisão sobre a sua continuação ou não antes das eleições do ano 2000 para prefeitos e vereadores. Segundo o senador, a população tem um sentimento de dúvida sobre se haverá ou não a reeleição e não é possível deixá-la nessa expectativa.Ademir reafirmou posição contrária à reeleição, mas observou que, se for mantida, deveria valer para todos. Ele também responsabilizou o presidente Fernando Henrique Cardoso pelo que classificou como uma "excrescência na nossa Constituição". Para ele, ficou clara a utilização das máquinas de governo nas eleições passadas, quando diversos governadores e o presidente da República foram reeleitos. "Grande parte dos nossos políticos dependem de governo para se elegerem. Não quero nem pretendo ser agressivo, mas é uma realidade que o PFL e o PMDB não existem sem governo", afirmou Ademir Andrade.O senador Edison Lobão (PFL-MA) disse que Ademir poderia tratar do tema sem agredir os colegas e que não aceita a afirmação de que os integrantes do PFL não se elegeriam sem auxílio do governo. Lobão lembrou que foi o mais votado em seu estado nas cinco eleições que disputou, e quando foi candidato a governador, era o candidato de oposição ao presidente Fernando Collor.O senador Pedro Simon (PMDB-RS) responsabilizou o Congresso Nacional pelo fato de a reeleição estar na Constituição, mesmo reconhecendo que a reeleição foi um "erro brutal" do presidente Fernando Henrique. Simon lembrou que o governo Itamar Franco, do qual Fernando Henrique era ministro, firmou posição contrária à reeleição. Para ele, a reeleição foi aprovada com a proibição de ministros e secretários disputarem eleições ocupando o cargo porque os parlamentares tinham medo da concorrência.O senador Iris Rezende (PMDB-GO) também não aceitou a afirmação de Ademir e disse que o seu partido não merecia o comentário. Iris lembrou que o partido nasceu como oposição e foi o berço de vários outros partidos. "Não foram para o MDB os fisiológicos. Foram os patriotas e os corajosos. Idealismo não é privilégio deste ou daquele partido", afirmou. O senador lembrou ainda que foi candidato de oposição à ditadura em 1965 e, em 1982, foi candidato de oposição ao governo local e ao federal.A senadora Heloísa Helena (PT-AL) solidarizou-se com Ademir e cobrou uma legislação eleitoral mais duradoura. "Legislação volúvel é extremamente prejudicial à democracia", observou a senadora. O senador Luiz Otávio (PPB-PA) lembrou que Ademir foi candidato ao governo do Pará com apoio do prefeito de Belém, que é filiado ao PT. Ademir Andrade disse que não recebeu qualquer ajuda da máquina da prefeitura e que desconhece qualquer acusação de que alguma administração do PT tenha utilizado a máquina governamental para esse fim.
14/06/1999
Agência Senado
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