Ademir protesta contra modificação na poupança



A mudança anunciada pelo Ministério da Fazenda para a caderneta de poupança levou o senador Ademir Andrade (PSB-PA) a protestar contra a proposta que poderá tornar menos rentável essa modalidade popular de investimento. Segundo o senador, o motivo da modificação seria o de transferir recursos da poupança - por meio da cobrança de imposto de renda sobre os rendimentos - para tentar deslanchar o novo modelo habitacional, o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), que ainda não se viabilizou por causa das altas taxas de juros.

- Segundo a proposta, o dinheiro arrecadado com os 20% de imposto de renda cobrado dos rendimentos da caderneta seriam canalizados para o mutuário da casa própria, não se sabe direito como. Falou-se em substituir a TR pelo IPCA na correção dos contratos imobiliários, mas uma fonte oficial apressou-se em negar a intenção, dizendo o óbvio, que o IPCA tem sido maior que a TR e que, portanto, não faria sentido a substituição. Enfim, é tudo ainda muito obscuro, muito mal explicado - resumiu.

Para Ademir, a verdadeira motivação do governo é transformar a caderneta de poupança numa aplicação financeira qualquer, com a mesma regra das outras, para acabar com a obrigatoriedade que hoje os bancos têm de aplicar parte dos recursos da caderneta em financiamentos habitacionais. O senador lembrou que, na época em que foi instituído o Programa de Estímulo à Reestruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), foram criados mecanismos que abrandaram essa obrigatoriedade e possibilitaram que os bancos negociassem com os Fundos de Compensação de Variação Salarial (FCVS).

- Assim, sinto-me na obrigação de alertar a população brasileira para esta tentativa do governo de assaltar os recursos dos pequenos poupadores e desmoralizar a caderneta de poupança como investimento seguro para milhões de cidadãos; para cidadãos que, dada a sua modéstia, não acompanham diariamente, como as autoridades econômicas o fazem, os índices das bolsas e dos mercados financeiros. Chega de tratar com desdém o pequeno e os mais humildes do Brasil. Chega de forjar soluções "criativas" que se direcionam sempre a um endereço certo: os interesses dos grandes - concluiu Ademir.



08/04/2002

Agência Senado


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