ADEMIR PROTESTA CONTRA RESTRIÇÕES NA COMERCIALIZAÇÃO DA CARNE DO PARÁ
Ademir revelou que o Ministério da Agricultura tem uma classificação para o risco que cada estado tem em relação à febre aftosa, e que o Pará está classificado, juntamente com outros 11 estados das regiões Norte e Nordeste, na categoria de "Não Conhecível ou Não Classificado". Segundo o senador, o próprio ministério confessa, com essa classificação, que não há nenhum levantamento sobre vários estados, mas, mesmo assim, determina a proibição da comercialização da carne com o Sul e o Sudeste.
- O Pará é o maior fornecedor de carne bovina do Nordeste e de São Paulo. Imaginem a situação que estamos vivendo, a quantidade de empregos que estão sendo cortados. O abate nos frigoríficos do estado caiu vertiginosamente desde a edição da portaria do Ministério da Agricultura - assinalou o senador.
O senador Romero Jucá (PSDB-RR) disse que é lastimável que, no ano 2000, o Brasil ainda não tenha erradicado a febre aftosa e que a questão não seja tratada com a seriedade necessária para permitir a exportação de carne. O senador fez um apelo ao Ministério da Agricultura para que seja duro com os estados que não obedecem às exigências do controle fitossanitário.
O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) disse que o Mato Grosso do Sul ficou cinco anos sem ter um caso sequer de febre aftosa, mas há alguns meses um lote de bois contrabandeados do Paraguai gerou um surto no estado, provocando a mesma proibição que se impôs ao Pará. "Por que proibir a comercialização do gado de todo o estado se o surto está identificado e localizado, sabe-se a cidade e até a fazenda que recebeu esse gado do Paraguai, país que é classificado pela Comunidade Européia como livre da doença?", questionou Tebet.
O senador José Alencar (PMDB-MG) classificou como "gravíssima" a notícia trazida pelo senador Ramez Tebet sobre o gado contrabandeado do Paraguai. Ele disse que o Brasil está perdendo uma guerra contra o Paraguai, "sem o Solano Lopes", devido ao grande volume de contrabando que sai daquele país para o Brasil. Para o senador, há um grande descaso no cuidado com nossas fronteiras, que resulta em prejuízo na arrecadação fiscal. "Temos sido complacentes, do ponto de vista diplomático, com o Paraguai. O Mercosul é importante, mas não podemos ser coniventes com o contrabando. Temos que coibir com energia", afirmou Alencar.
Ademir Andrade lembrou que a vacina é comprada pelo próprio produtor e que o governo não foi capaz sequer de combater o cartel dos laboratórios, que elevaram o preço da vacina em até 150%. O senador informou que há um grande esforço dos produtores paraenses, que chegaram a criar um fundo para ajudar no combate à febre aftosa no estado, para erradicar a doença. "O que falta é seriedade e compreensão da questão pelo governo do Pará e pelo Ministério da Agricultura, que precisa suspender essa portaria", concluiu.
31/01/2000
Agência Senado
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