Ademir quer pressa na supressão do trabalho escravo no país
Ademir Andrade pediu ao Plenário a aprovação, de imediato, de emenda à Constituição apresentada por ele, que amplia a possibilidade do confisco de terras pelo governo, incluindo as propriedades nas quais se pratica o trabalho escravo. Ademir também fez um apelo ao senador Romeu Tuma (PFL-SP), relator da matéria, para que rejeite alteração proposta pelo senador Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS), que retira do alcance do confisco as propriedades onde se pratica o trabalho escravo, mas que estejam arrendadas.
Para Ademir, agindo de boa-fé, Juvêncio teria sido levado a propor uma alteração que significa, simplesmente, a defesa do trabalho escravo, já que a existência de um arrendatário certamente será utilizada como subterfúgio para não aplicar a nova lei. Ele disse que isso fica claro, porque o trabalho escravo é mais utilizado em grandes fazendas dedicadas à pecuária, quase nunca objeto de arrendamento. Segundo Ademir, o arrendamento de terras ocorre com maior freqüência em pequenas propriedades nas quais não há prática de trabalho escravo.
Ainda referindo-se ao ofício da CPT de Tucumã, Ademir Andrade disse que, após inspeção realizada pelo Ministério do Trabalho e Polícia Federal, o deputado Chico Filho foi intimado a pagar o que devia aos trabalhadores escravizados. Após grande protelação, o deputado pagou somente um quinto do valor devido aos trabalhadores e até agora não sofreu qualquer punição. Conforme Ademir, o deputado Chico Filho é proprietário, juntamente com seu pai e irmãos, de mais dez outras fazendas no Pará, Bahia, Alagoas, Ceará e Sergipe.
06/09/2001
Agência Senado
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