Adiada votação de projeto que determina bloqueio de sinal de celulares em presídios



A Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI) transferiu para a quinta-feira (10) da próxima semana a decisão sobre proposta (PLS 137/06) que torna obrigatória a instalação de bloqueadores de sinais de telefones celulares nas penitenciárias estaduais e federais. O adiamento, por pedido de vista coletivo, decorreu de apelo dirigido à comissão pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que se encontrava ausente por licença médica, mas desejava ter a oportunidade de defender, em outra data, voto em separado que apresentou sobre a matéria.

VEJA MAIS

O voto do relator, senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), modificou em profundidade o texto original, proposto pelo então senador Rodolpho Tourinho. O autor atribui a obrigação da instalar, financiar e manter os equipamentos de bloqueio às operadoras dos serviços de telefonia celular. Já Flexa Ribeiro, em texto substitutivo, transfere essa tarefa ao governo, prevendo a utilização de recursos do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) para os equipamentos destinados aos presídios já existentes e determinando que os novos já sejam projetados com tais dispositivos.

Até decidir pela transferência para a próxima quinta-feira, em reunião com início às 9h, senadores debateram o tema por quase duas horas. Além de marcar posição sobre o teor do projeto, eles tentavam acordo sobre se a matéria deveria ser adiada ou não. O presidente da CI, senador Marconi Perillo (PSDB-GO), foi o mais firme defensor da votação imediata, com a lembrança de que esta já vinha sendo adiada há dois meses.

- O projeto é de altíssima relevância para o Brasil e, sobretudo, para o Senado, especialmente no momento em que a Casa realiza esforço concentrado para esgotar a pauta do pacote antiviolência, para diminuir a criminalidade no pais - argumentou.

Nova chance

Marconi Perillo esclareceu por diversas vezes que Demóstenes ainda teria oportunidade de defender sua concepção para o bloqueio de sinais nos presídios, por meio de emendas ao projeto durante sua votação em turno suplementar, na próxima semana. Como o relator apresentou um substitutivo integral ao texto original, observou o presidente, uma segunda votação seria mesmo necessária.

Para permitir o exame do voto alternativo de Demóstenes ainda nesta quarta, alguns senadores chegaram a subscrever o texto, para que um entre os assinantes fizesse a defesa. No correr da discussão, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), formulou o pedido de vista, depois de informar que havia recebido apelo do próprio Demóstenes, por telefone. Como informaram outros senadores, a crença de Demóstenes é de que, se obrigação do bloqueio recair sobre as operadoras, a medida será mais eficaz. Foi ele o relator da matéria na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde ofereceu parecer pela aprovação sem qualquer modificação ao texto de Tourinho.

- O tema da segurança pública ganhou notoriedade e virou uma espécie de corrida aprovar matérias relacionadas, mas nós estamos aqui para votar sem açodamento. Não é com imediatismo que se resolve problemas. Não podemos desconsiderar o trabalho do relator, feito com todo zelo, nem o de Demóstenes, um profissional que atua nessas questões de segurança - disse o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), também pelo adiamento.



02/05/2007

Agência Senado


Artigos Relacionados


Adiada na CI votação do projeto de lei que determina instalação de bloqueadores de celulares nos presídios

CI conclui discussão de projeto sobre bloqueio de celulares em presídios

Bloqueio de celulares em presídios

Bloqueio de celulares em presídios receberá decisão terminativa na CI

Bloqueio de celulares em presídios será analisado pela CI

Infra-Estrutura adia mais uma vez decisão sobre bloqueio de celulares em presídios