Adiamento da votação do relatório sobre Jader provoca protestos no conselho



Senadores da oposição e de outros partidos reclamaram da decisão do senador Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS), presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que não permitiu que o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) fizesse sua defesa antes da votação do relatório que recomenda a abertura de processo contra ele por quebra de decoro. A decisão de Juvêncio levou a um adiamento da votação do relatório, já que Jader recorreu a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

- Se o interesse do presidente do colegiado é cumprir o Regimento Interno da Casa, por que não encaminha ainda hoje a consulta à CCJ - indagou a senadora Heloísa Helena (PT-AL), acrescentando que a resposta à questão de ordem poderia ter sido feita por todos os membros do colegiado. Ela ressaltou que em nenhum momento a comissão do Conselho de Ética que investiga o caso negou-se a ouvir Jader e acrescentou que isto poderia acontecer ainda nesta quinta-feira.

O senador Jefferson Péres (PDT-AM), autor com o senador Romeu Tuma (PFL-SP) do relatório sobre Jader, disse que esperaria até a próxima quinta-feira para ver se seu relatório será realmente votado. "Se isto não acontecer, então esse conselho é de mentirinha", protestou.

Também o senador Tuma fez questão de destacar que Jader foi ouvido em depoimento pelos membros da comissão de inquérito do conselho e que essa reunião foi aberta a todos os senadores da Casa.

O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) perguntou ao senador Juvêncio se ele estaria seguindo um roteiro prévio dos passos que iria tomar. "Eu respondo isso em particular", afirmou o presidente do colegiado que depois explicou em entrevista à imprensa que preparou-se para a reunião depois de ser avisado do que Jader iria fazer.

Os senadores do partido de Jader, o PMDB, Nabor Junior (AC) e Cacildo Maldaner (SC) sustentaram, no entanto, que a decisão de Juvêncio era regimental e baseada nos direitos do indiciado.

- Todo acusado tem direito à defesa. Isso é constitucional e as pessoas não estão entendendo que Jader quer apenas isso - afirmou Nabor.

20/09/2001

Agência Senado


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