CCJ definirá se Jader pode se defender antes da votação do relatório pelo conselho



Ficou para as 9h da próxima quinta-feira (dia 27) a votação, pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, do relatório que recomenda a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra o senador Jader Barbalho (PMDB-PA). A decisão foi tomada pelo presidente do Conselho de Ética, senador Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS), em reunião realizada na manhã desta quinta-feira (dia 20).

O adiamento da votação decorreu de solicitação de Jader para ser ouvido pelos membros do conselho antes que ocorresse a votação do parecer contra ele. A questão será avaliada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) em um prazo de dois dias úteis.

Jader fez o pedido por meio de uma questão de ordem, alegando que foi cerceado em seu direito constitucional de defesa. A questão foi contraditada pelo senador Waldeck Ornelas (PFL-BA), para quem o indiciado apenas tem o direito de defender-se após aberto o processo de investigação, o que ainda não ocorreu. Juvêncio negou a solicitação e Jader então apresentou recurso à CCJ. Após o prazo de dois dias úteis, contados a partir de segunda-feira (dia 24), o conselho poderá deliberar sobre a questão de ordem, com ou sem parecer da CCJ.

- Eu neguei o pedido porque entendo que o senador Jader tem todo o direito de defender-se, mas não nessa fase. Se eu acatasse, como ele está solicitando ampla defesa, ele (Jader) poderia prolongar por até dois meses o desenrolar desse processo, pois iria requerer perícias, testemunhos e averiguações. Mesmo que a CCJ não se manifeste, nós iremos votar essa matéria na próxima reunião - garantiu o presidente do Conselho de Ética.

Caso Dutra


Na mesma reunião, os senadores votaram, unanimemente e por 12 votos, pelo arquivamento definitivo da denúncia apresentada pelo senador Geraldo Althoff (PFL-SC) contra o senador José Eduardo Dutra (PT-SE). A denúncia de Althoff - relacionada ao episódio de violação do painel eletrônico do Senado que resultou na renúncia dos ex-senadores José Roberto Arruda e Antonio Carlos Magalhães - questionava a participação de Dutra no caso, já que este informara que já havia ouvido boatos sobre a violação.

Os senadores basearam-se em parecer da Advocacia Geral do Senado, que recomendou o arquivamento da denúncia por total falta de provas ou evidências que pudessem envolver Dutra nas irregularidades.



20/09/2001

Agência Senado


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