Advogados apóiam o governador







Advogados apóiam o governador
Cerca de 50 advogados de Porto Alegre realizaram ontem, no Palácio Piratini, ato de solidariedade ao governador Olívio Dutra em razão do seu indiciamento no relatório da CPI da Segurança Pública. Segundo o advogado Luiz Lopes Burmeister, que liderou a iniciativa, os profissionais, independentemente do partido e da entidade que representam, buscaram demonstrar 'indignação com o que foi feito contra uma pessoa íntegra'. O advogado Nereu Lima, orador da audiência, salientou que, embora o governador não precise de defesa, a presença deles revelou 'inconformidade ao processo acusatório contra um inocente'.
Durante a visita, Olívio disse que o governo tem o compromisso de assegurar valores como transparência e ética. O governador agradeceu o apoio dos advogados e comentou o resultado da CPI, que, segundo ele, transformou-se numa comissão político-ideológica. 'Não queremos ser acusados de crimes que combatemos, como a apropriação do dinheiro público e a corrupção', destacou.


Juventude promove manifestação
Fantasiados de animais, 20 integrantes da Juventude do PPB estiveram ontem em frente ao Palácio Piratini para protestar contra o aumento do ICMS e reivindicar pela realização da CPI da corrupção e pela continuidade das investigações sobre a segurança pública. Munidos de faixas com os dizeres 'Bichos contra a corrupção' e 'Galo, lula e truta - CPI da corrupção já', o grupo, conforme o presidente do diretório metropolitano, Hugo Mardini, buscou, de forma bem-humorada, chamar a atenção da sociedade, referindo-se às denúncias de envolvimento do governo com o jogo do bicho.
De acordo com o secretário-geral da Juventude de Porto Alegre, Roberto Schuh, a manifestação não foi contrária aos impostos, mas a índices abusivos. Schuh acredita que com o aumento das taxas tributárias toda a sociedade será atingida, já que envolve não apenas os setores que ganham mais. Os manifestantes seguiram pela Rua dos Andradas e encerraram o ato na praça Dom Feliciano. Conforme Schuh, o partido organizará nova passeata.


Marchezan prega PSDB renovado
Cotado para presidir o partido, diz que buscará renovação de líderes e aproximação com o povo

O deputado federal Nelson Marchezan afirmou ontem que promoverá mudanças no PSDB gaúcho após a escolha da nova executiva amanhã. Cotado para assumir a presidência do partido, Marchezan disse que incentivará a renovação de lideranças, dando preferência a militantes acostumados a buscar votos junto ao eleitorado. 'Queremos um PSDB mais próximo do povo e das urnas. Quem desejar outro rumo ficará para trás', declarou Marchezan. Ressaltou que imprimirá ritmo próprio ao partido, promovendo reformas administrativas e profissionalizando os integrantes.

Para que assuma a presidência, Marchezan considera importante escolher os cargos de vice-presidente e secretário-geral. Entre as prioridades, citou a melhoria no atendimento aos filiados do Interior. O deputado revelou que apelou à deputada federal Yeda Crusius para que componha a executiva e disse que só lançou chapa ao diretório por ter sido levado à posição de confronto. Segundo ele, o projeto de candidatura própria ao governo do Estado em 2002 não será abandonado. Porém, ressalvou que os possíveis candidatos terão antes de 'amassar muito barro' para ganhar a vaga.

Yeda defende a possibilidade de lançar nome tucano ao Palácio Piratini, lembrando que decisão nesse sentido foi aprovada em congresso partidário. Depois de ser derrotada na convenção do último sábado, ela não se mostrou entusiasmada em participar da executiva. 'Quem conseguiu maioria que a organize', ressaltou a deputada. Ela rebateu a crítica de que é ligada à burocracia partidária, enquanto Marchezan se encarrega do trabalho pesado, fortalecendo o PSDB no Interior. 'Eu também amasso barro. Só não faço lama', disparou Yeda.

O ex-governador Vicente Bogo, que apoiou a chapa de Yeda, afirmou que está decidido a viabilizar a sua candidatura ao Palácio Piratini. 'Sem apresentar projeto para o Estado, o partido encolherá, comprometendo o desempenho nas eleições municipais', alertou. Bogo declarou que, se atingir 3% nas pesquisas em março, garante que terá crescimento de 2% a cada mês.
O presidente estadual do PSDB, deputado Jorge Gobbi, disse que a possibilidade de candidatura própria será amplamente discutida, mas sem pressa. Segundo ele, o momento é de superar divergências e construir a unidade partidária.


Garotinho afirma que Benedita não contribui
O governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, do PSB, afirmou ontem que a vice-governadora Benedita da Silva, indicada pelo PT para a sucessão estadual, não poderia mencionar ações positivas de sua gestão, pois não contribuiu com o governo. 'O que ela fez durante o meu mandato?', questionou Garotinho ao ser perguntado sobre a possibilidade de a petista explorar a imagem do governo do Rio de Janeiro na campanha eleitoral.


Itamar acha que o PMDB parece uma bola de fogo
O governador de Minas Gerais, Itamar Franco, disse ontem que o PMDB se assemelha a uma bola de fogo. 'Estamos fazendo as jogadas, um grupo chuta para cá e outro para lá. Depois da prévia, a população vai ver qual deles vai pegar fogo porque eu não sei', ironizou Itamar. Ele também enumerou as possibilidades para o seu futuro político. 'Tenho quatro opções: disputar a reeleição, o Senado, a Presidência ou nada', comentou o governador.


Pinto Bandeira volta a ser distrito de B. Gonçalves
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou ontem que Pinto Bandeira, que tinha se emancipado de Bento Gonçalves, volte a ser distrito. Os ministros do STF consideraram procedente a ação direta de inconstitucionalidade impetrada pelo diretório nacional do PPB. Publicada no Diário Oficial, a decisão do STF torna sem efeito a lei de setembro de 1999 que criou o município. A emenda que trata do assunto determina a realização de plebiscitos.


PSDB decide expulsar vereador em Livramento
O vereador de Santana do Livramento Nilton Souza Ninho, o Niltinho, foi expulso ontem do PSDB. Niltinho não votou com o partido na eleição da mesa diretora da Câmara Municipal. O vereador buscava a vice-presidência na chapa vencedora, mas votou na outra porque, segundo ele, os colegas o discriminaram pelo fato de ser deficiente visual. Niltinho prometeu recorrer ao diretório estadual e à executiva nacional.


Sarney passa bem após sofrer crise hipertensiva
O senador e ex-presidente José Sarney, do PMDB, foi internado ontem na Unidade de Terapia Intensiva do UDI Hospital, em São Luis, Maranhão. Segundo o boletim médico, Sarney teve crise hipertensiva e pré-edema agudo do pulmão. O chefe da equipe médica, cardiologista Carlos Gomes, disse que o senador responde bem ao tratamento e está com a pressão arterial controlada. A assessoria informou que ele passa bem e deve receber alta hoje.


Senado aprova a restrição da imunidade parlamentar
O plenário do Senado aprovou ontem, por unanimidade, a proposta de emenda constitucional que acaba com a imunidade parlamentar para crimes comuns. O colégio de líderes decidiu passar por cima do regime interno e marcou para hoje a realização do segundo turno de votação da emenda. Com o aval do presidente do Senado, Ramez Tebet, foi suprimido o intervalo de cinco dias úteis entre os dois turnos.


SUBSTITUTIVO
O líder da bancada do PT na Assembléia, deputado Elvino Bohn Gass, disse ontem que o substitutivo que o PPB pretende apresentar ao Programa de Incentivo ao Crescimento é inaceitável. Segundo ele, a proposta do PPB vai esbarrar na Lei de Responsabilidade Fiscal, que obriga que as compensações sejam determinadas para conceder incentivos. Bohn Gass acha que o governo fez todas as alterações possíveis no projeto, reduzindo o número de itens que sofrerão aumento de alíquota do ICMS. Garantiu que as negociações estão abertas, desde que viabilizem a aprovação.


VOTAÇÃO
A mesa diretora e os líderes de bancadas da Assembléia Legislativa definiram ontem a ordem de votação dos projetos do governo durante o período extraordinário. Hoje à tarde, a partir das 14h, os deputados apreciam o pedido de autorização para a contratação emergencial de pessoal que atuará na Universidade Estadual e o projeto que garante benefícios às micros e pequenas empresas do Rio Grande do Sul. A Lei Orgânica da Procuradoria-Geral do Estado será votada amanhã, a partir das 10h. À tarde, às 14h, os deputados apreciarão o Programa de Incentivo ao Crescimento.


Artigos

VIDA DA ACADEMIA
Irmão Elvo Clemente

No biênio 2000 e 2001 a Academia Rio-Grandense de Letras teve vida exuberante e profícua. Novos sócios fortaleceram o convívio beletrístico: José Clemente Pozenato, Luís Coronel, Flávio Loureiro Chaves, José Francelino de Araújo e Jaime Cimenti. O Ciclo de palestras de 2001 reverenciou centenários e virtudes de escritores e datas: Moysés Vellinho, enaltecido por sua herança de crítica literária; Francisco Ricardo, lembrado em seus poemas e biografia; Guilherme Shultz Filho, poeta e jurista; Cecília Meireles, poetisa da inconfidência e da ternura; Murilo Mendes, a poesia em pânico; Felipe D'Oliveira, poeta e espadachim; Darcy Azambuja, contista do galpão e dos jogos; os 500 anos, o resgate que não aconteceu; Curt Nimuendaju, morte misteriosa na Amazônia; Raul Bopp, estranhas invenções; Olintho de Oliveira, iluminado fundador de nova luz; do livro na formação de consciência. O Solar dos Câmara, gentilmente cedido pela direção da Assembléia Legislativa, continua sendo o cenáculo de serões, de conferências de celebrações da cultura, como acontecia nos anos em que o mestre Armando Parreira da Câmara criava e irradiava suas idéias.

A academia chegou a milhares de famílias com os Concursos do Escritor Universitário, promoção conjunta com o Ciee. A clarinada de vida nova nas letras e nas artes ressoa como nos dias de 1901, como em 1948, como nas jornadas e nas discussões do primeiro e de outros sodalícios literários aparecidos e submersos nas ondas do tempo. Sempre acesa e bela a chama da verdade, de bondade e da beleza em todos os amantes das letras.

O artista sabe trabalhar a argila da palavra, argila irrequieta que se adapta ao pensamento, ao sonho, à imaginação para se tornar crônica, poema, discurso e finalmente poesia, essência do belo e do amor. A academia envia a mensagem de beleza a todos os leitores dessas palavras. Os acadêmicos poetas, escritores, dramaturgos, cronistas, ficcionistas, todos vivem e transmitem a experiência de criar e recriar ilusões e realidades.


Colunistas

Panorama Político/A. Burd

GOVERNO CONTA VOTOS
A contabilidade dos governistas, ontem à noite, apontou 25 votos a favor do projeto que cria o Programa de Incentivo ao Crescimento. Além dos 11 deputados do PT e de uma do PC do B, a bancada da situação espera dois do PPB, cinco do PTB, três do PMDB, dois do PDT e um do PSDB. Considerando que nenhum dos deputados faltará à sessão da Assembléia, amanhã, o governo ainda precisará de três votos para atingir os 28 necessários que garantiriam a aprovação. Portanto, está vencido mais do que meio caminho nas negociações. O Executivo não pode deixar de se julgar vitorioso, pouco mais de um mês depois de encerrada a CPI da Segurança Pública, que uniu a oposição em carga pesada tendo como alvo o núcleo do Palácio Piratini.

REJEIÇÃO
No Câmera 2, o prefeito Tarso Genro repeliu e considerou autoritária afirmação do vice-governador Miguel Rossetto, feita em jantar ontem no Piratini, de que Olívio Dutra é o candidato do PT ao governo.

QUEM DIRIA...
Ex-senador peronista Carlos Corach publicou ontem artigo no Clarín, de Buenos Aires, afirmando que 'convém à Argentina imitar o novo federalismo brasileiro e a forma de controle de gastos públicos'.

LANCE PREPARADO
Tasso Jereissati é governador do Ceará, estado de temperatura alta, mas não esquenta a cabeça. Em vez de ficar dando soco em ponta de faca, recuou quando viu que o Palácio do Planalto jogou todas as fichas em José Serra como presidenciável. Agora, o ministro da Saúde terá dois meses para subir nas pesquisas. Se isso não acontecer, estará torrado e os tucanos deverão recorrer a Tasso ou a Aécio Neves.

NÃO VAI
No Espaço Aberto, da Rádio Guaíba, ontem, o líder do governo, deputado Ivar Pavan, anunciou que dificilmente chegará à Assembléia Legislativa, em 2002, projeto para aliviar a previdência do Estado da pressão cada vez maior. Se a oposição não cobrar, o futuro dos pagamentos ficará incerto e não sabido.

GRANDE ACORDO
O deputado Bernardo de Souza acredita que já existe acordo, com 12 emendas, sobre a Lei Orgânica da Procuradoria-Geral do Estado, depois de ouvidos o Tribunal de Justiça, a OAB, o Ministério Público, a Procuradoria da Assembléia e parlamentares. Irá à votação amanhã.

COMO QUER
A nova executiva nacional do PT foi escolhida a dedo por Lula: só líderes de sua absoluta confiança. Plantou para campanha que vem aí.

MEDIADOR
O presidente do PMDB, Cezar Schirmer, entrou ontem em campo para resolver o problema da meia-cancha na bancada. Alexandre Postal não renuncia à 1a secretaria da mesa diretora da Assembléia e Elmar Schneider diz que existe acordo, firmado no começo do ano para que ele assuma o cargo. Encrespou.

NOS BASTIDORES
Muitos vereadores de oposição aparecem como articuladores para impedir a posse de representante do PT na presidência da Câmara de Porto Alegre. Por trás de tudo está o trabalhista Nereu D'Ávila, que conhece como ninguém os bastidores.

VOLTA ÀS BOAS
O prefeito Tarso Genro reconciliou ontem Porto Alegre com a Federação das Associações de Municípios do RS. Recomendará ainda aos colegas do PT que façam o mesmo.

APARTES
Imunidade parlamentar, que votação do Senado derrubou ontem, pode também ser chamada de impunidade.

PSDB vê sinal vermelho e não quer perder tempo: antecipa para fevereiro pré-convenção nacional.

Cresce no Congresso movimento em favor do imposto único, tido como insonegável, o que já seria vantagem.

Cardeais do PPB fazem pressão sobre o deputado Érico Ribeiro, que é favorável ao aumento do ICMS.

Assembléia Legislativa presta contas, às 18h de hoje, no seu auditório, sobre a gestão anual das despesas.

Brasília regulamenta Lei de Responsabilidade Fiscal à base de long play e generosas colheres de chá.

Servidores do Senado pressionam parlamentares e terão aumento de 20%. Como se ganhassem pouco...

Deu no jornal: 'Correção do Imposto de Renda passa voando no Senado'. O que faz o ano pré-eleitoral.

Dependendo do PMDB governista, a regra da prévia será não ter regra.


Editorial

PARNAMIRIM E HOJE

Na Segunda Grande Guerra, o Brasil, mesmo antes de entrar formalmente no conflito com a FAB e com os pracinhas, cedeu a sua base aérea de Parnamirim para os americanos. Era ponto estratégico de alto valor para pegar o inimigo pelas costas. Inimigo bem identificado, lembre-se, que fatalmente chegaria até nós se o destino do conflito houvesse sido outro. Parnamirim, longe de representar uma submissão e diminuição de soberania, era o testemunho de nossa solidariedade à causa aliada.

Anuncia-se agora estarem Casa Branca e Pentágono tentando alinhar militarmente forças aeronavais do Cone Sul (quase 90 mil com batentes, 169 barcos, 85 aviões e 97 helicópteros dos três maiores países) para lutar contra o terrorismo. Dito assim, o propósito tem forte conotação de urgência e sentido. Mas não tem. Para começar, foi desenvolvida a idéia por congressistas e oficiais em caráter 'informal' (leia-se secreto), na comissão de Defesa do Congresso americano. Um tal deputado Mark S. Kirk, da reserva da Marinha, influente na CD congressual, lidera a idéia, mas admite não ser 'de fácil aceitação, por envolver questões de soberania'. Quer dizer, há a nítida compreensão dos fatos em que se assentará a repulsa, até porque o comando seria, claro está, dos Estados Unidos, que dele não abririam mão por óbvias razões.

Hoje é muito diferente dos tempos de Parnamirim. Naqueles anos a causa era defendida numa luta que, perdida fosse, submeteria as nações à opressão do nazismo de Hitler, do facismo de Mussolini e do militarismo de Hirohito. O inimigo não era um fantasma como o é o terrorismo, o combate era de peito aberto. Hoje, não. Pode ser nosso vizinho de bairro, mesmo um mero conhecido nosso. Assim, qualquer adesão ao combate a ele é bem-vinda, espontânea, mas não se precisa de aparato militar para esse tipo de luta engendrada no ventre do Congresso dos Estados Unidos. A idéia não pode ir adiante. Mas, se for, o Pentágono verá a repulsa total.


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12/19/2001


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