ADVOGADOS DENUNCIAM MÁ CONDUTA DE JUIZ RESPONSÁVEL PELA FALÊNCIA DA ENCOL



Maior falência da história do Brasil, o caso da construtora Encol chega agora à CPI do Judiciário. Nesta quarta-feira (dia 4), quatro advogados de Goiânia apresentaram aos senadores da comissão uma série de irregularidades envolvendo o juiz Avenir Passo de Oliveira, titular da Vara de Falências e Concordatas de Goiânia, principalmente na condução da falência da construtora.- A Constituição da República e papel higiênico, para o juiz Avenir, são a mesma coisa. O juiz é corrupto e estelionatário e tenho provas e embasamento disso - afirmou o advogado Paulo Vianna, um dos depoentes do dia.Depois de aceitar transferir a sede da empresa para Goiânia e o pedido de concordata, segundo os depoentes, o juiz teria nomeado pessoas que não estariam credenciadas, pela Lei de Falências, a participar da concordata, permitindo que o patrimônio da empresa fosse mal calculado, mal administrado e desviado.Segundo Vianna, o juiz desprezou o resultado do exercício futuro da Encol, que, em agosto de 1997 somaria R$ 2,3 bilhões. Na sua avaliação, a solução para a construtora poderia ser encontrada em três ou quatro meses, caso o processo tivesse caído nas mãos de um juiz honesto.Dessa forma, o advogado acusa que o patrimônio da Encol está sumindo e que o estoque de apartamentos da construtora está sendo desprezado e repassado a outras construtoras. - Esse é o melhor negócio que tem no Brasil hoje - disse o advogado, referindo-se à obtenção de alvarás para retomada de obras inacabadas da construtora que, em muitos casos, seria vinculada ao compromisso de execução dos serviços com empresa indicada pelo juiz.

04/08/1999

Agência Senado


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