Aelton pede um novo modelo de reforma agrária para pacificar o campo



Além de sugerir medidas pontuais e urgentes destinadas a serenar a tensão em que vivem atualmente os proprietários rurais e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o senador Aelton Freitas (PL-MG) propôs, nesta quinta-feira (15), que o governo aproveite este momento para repensar o atual projeto de reforma agrária. Dentro do atual modelo, disse ele, é pouco provável que mesmo um aumento de recursos possa viabilizar uma reforma justa, abrangente e benéfica para a agricultura nacional.

- É hora do governo usar todo o seu poder de articulação para abrir um canal de negociação amplo com ruralistas e militantes dos sem-terra e redefinir os rumos de uma possível reforma agrária, superando as resistências de parte a parte - advertiu o senador.

O novo modelo, de acordo com Aelton, daria aos ruralistas uma opção à desapropriação. Os proprietários rurais cederiam parte de suas terras para os trabalhadores sem terra produzirem para o seu sustento e, em troca, estes ajudariam a incrementar a produção da propriedade. Na opinião do senador, assim a estrutura agrária seria mudada com menos conflito e de maneira mais acelerada.

Citando reportagem do jornal Folha de S. Paulo do último dia 8, Aelton disse que, em março passado, foi registrado o maior número de invasões dos últimos cinco anos, sendo que no primeiro trimestre deste ano ocorreram 19% mais invasões que no mesmo período do ano passado.

Mesmo advertindo que "o momento requer cuidados especiais para que a violência no campo não produza novas vítimas", Aelton reconhece que não se pode crucificar o movimento sem terra. É compreensível disse ele - a angústia sentida por seus militantes diante da morosidade de novos assentamentos. Entretanto, - acrescentou ele - os movimentos erram quando se dirigem à sociedade e às autoridades através de "bravatas ameaçadoras".



15/04/2004

Agência Senado


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