Inácio Arruda defende reforma agrária e pede atenção a mortes no campo
O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), em pronunciamento nesta terça-feira (31), incluiu a reforma agrária entre as medidas necessárias para "um projeto de nação baseado nos interesses maiores do povo brasileiro." Afastando a teoria de que o avanço tecnológico faria a reforma agrária deixar de ser necessária, o senador lembrou que se trata de uma luta história dos trabalhadores que deve ter soluções adequadas a seu tempo.
- A reforma agrária do século 19, praticada na Europa, nos Estados Unidos e em boa parte do planeta, você não a repetirá. Mas a reforma agrária nas condições de hoje, com a alta tecnologia no campo, tem espaço para se materializar num processo de cooperação entre trabalhadores rurais - lembrou Inácio Arruda, que citou os estados do Sul como exemplos de produção em minifúndios.
Violência no campo
O parlamentar denunciou "novos massacres de trabalhadores rurais defensores da reforma agrária", com destaque para os ativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, mortos na semana passada em Nova Ipixuna, no Pará, e protestou contra a impunidade dos autores desses crimes.
- Foram cometidos, nos últimos quarenta anos, mais de oitocentos assassinatos de trabalhadores rurais no Pará. Apenas dezoito, pouco mais de 2% do total, foram a julgamento, somente oito foram condenados, e desses um único cumpre a pena, um em oitocentos.Esse é o retrato da impunidade que exige um basta e impõe a punição de empreendedores criminosos, que usam os nomes de empreendedores para roubar terras, madeiras e vidas - protestou.
Em aparte, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) manifestou sua satisfação pela criação de uma comissão de senadores para acompanhar a situação na Amazônia no que diz respeito ao assassinato de trabalhadores rurais. Ele também mostrou números sobre a importância da agricultura familiar para a produção de gêneros alimentícios básicos.
31/05/2011
Agência Senado
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