Agripino critica medidas para a indústria e aponta câmbio como problema da economia
O senador José Agripino (DEM-RN) apontou, nesta terça-feira (13), o alcance restrito das medidas de desoneração de impostos para o setor industrial anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (12). Em sua opinião, trata-se de um remédio errado para tratar o verdadeiro problema da economia brasileira: o câmbio, com o real excessivamente valorizado.
Até agora, explicou o senador, a economia tem se saído bem em grande parte pelas exportações e pelo alto preço das commoditties no mercado internacional. Mas há um complicador: a diminuição no volume de exportações, o que leva à produção de superávits cada vez menores para a balança comercial brasileira.
De acordo com dados citados pelo parlamentar, as exportações cresceram 13,6% de janeiro a abril deste ano, contra 18,6% no mesmo período de 2007. Ele afirmou ainda que a elevação da taxa de juros para tentar conter a inflação traz dólares para o Brasil, o que enfraquece ainda mais a moeda norte-americana e, por sua vez, fortalece o real, pois "diminui as reservas e a necessidade de captar mais dólar, o que deprime a nossa economia".
- O que o governo deveria estar fazendo? Cuidar da taxa de juros. Baixou taxa de juros, você dá na veia uma injeção no sentido de equilibrar a variação cambial, a valorização cambial. Você mexeu, sinalizou para as reformas estruturais: a sindical, a trabalhista, a tributária - avaliou.
José Agripino também criticou a postura do governo, que se reúne para definir uma nova política industrial, mas não resolve um problema que vem ocorrendo há anos: a invasão da Companhia Vale do Rio Doce, a empresa de mineração privatizada nos anos 90. Mais uma vez, por motivos de ordem política, disse o senador, a ferrovia que transporta a produção da mineradora foi bloqueada por manifestantes, e isso demonstra, lá fora, instabilidade.
Em aparte, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) lembrou-se da meta de crescimento de 5% prometida pelo governo, que este ano já foi rebaixada para 4,6%, e o senador Gilberto Goellner (DEM-MT) pediu a edição de um pacote que vise à aceleração da agricultura, que vem passando por dificuldades.
13/05/2008
Agência Senado
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