Agripino diz que oposição não vai colocar obstáculos à votação das PPPs



O senador José Agripino (PFL-RN) rebateu as acusações de que a oposição estaria querendo evitar a aprovação das parcerias público-privadas (PPPs) para tentar desestruturar o governo. Ele garantiu que os oposicionistas não criarão obstáculos para a votação do projeto, mas também não permitirão que seja aprovado um modelo que fira a ética ou que contrarie a Lei de Licitações ou a Lei de Responsabilidade Fiscal.

- Se a PPP sair, ela terá que obedecer a um padrão ético aceitável. Não podemos jogar a probidade do país na lata do lixo. Com o voto da oposição isso não acontecerá de forma alguma. O projeto das parcerias público-privadas foi idealizado para viabilizar obras que não tenham tanta justificativa econômica ou garantia de lucro. Por isso a necessidade de condições especiais e também de cuidados especiais para evitar problemas – afirmou José Agripino.

Segundo o senador pelo PFL, ao invés de criticar, o governo deveria agradecer por ter uma oposição qualificada no Senado. Ele registrou que, não fossem os senadores que não integram a bancada governista, a reforma da Previdência,  e os aumentos do PIS (Programa de Integração Social) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) teriam trazido muito mais prejuízos para a sociedade do que ele julga que trouxe.

Em aparte, o senador Almeida Lima (PDT-SE) opinou que a estratégia do governo é atacar a oposição, a imprensa e o Ministério Público para tentar amordaçá-los e, dessa forma, evitar ser criticado. Já o senador Mão Santa (PMDB-PI) criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por, na sua opinião, estar enfraquecendo os demais poderes da República em detrimento do Executivo federal. Por sua vez, o senador Leonel Pavan (PSDB-SC) comparou que, enquanto oposição, o PT nunca mediu palavras para denegrir a imagem e a honra de todos os integrantes de governos anteriores, e agora, ao chegar ao poder, não aceita críticas. Já o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) enumerou o que considera as três marcas do governo Lula: continuidade da política econômica do governo anterior, desleixo com a questão ética e autoritarismo.

25/08/2004

Agência Senado


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