ALCÂNTARA APONTA DEFICIÊNCIAS DO ENSINO MÉDICO



A partir de dados de avaliações realizadas pela Comissão Interinstitucional Nacional de Avaliação do Ensino Médico (Cinaem), o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) analisou a existência do que considera "sérias deficiências" no ensino médico do Brasil. Segundo ele, essas deficiências são reconhecidas pelos especialistas e conferem ao problema um caráter inquietante, "uma vez que se trata de diagnóstico antigo de uma situação que tende ao agravamento". Lúcio Alcântara informou que 85 escolas diplomam, todos os anos, cerca de 8.200 médicos.

O senador explicou que enquanto o Cinaem, em nove anos de existência, realizou três estudos de avaliação, a Comissão Interministerial dos Ministério da Educação e da Saúde ainda não apresentou o relatório que deveria ter concluído em 30 de outubro de 1997.

- Os resultados do Cinaem reafirmam a opinião dos especialistas em ensino médico e demonstram a realidade que salta aos olhos: estamos lançando na vida profissional um contingente de médicos mal preparados - afirmou Alcântara.

Segundo o senador, a partir de 1965, houve uma inversão no padrão de criação de escolas médicas no Brasil, quando as escolas privadas passaram a prevalecer sobre as públicas. Para Alcântara, isso não seria um problema se os estudos não demonstrassem o desempenho medíocre das escolas em relação a aspectos de estrutura político-administrativa e econômica, de infra-estrutura, de recursos humanos e de modelo pedagógico.

O senador disse que, de um modo geral, os professores auxiliares e assistentes são pouco preparados para o ensino, para a pesquisa e para as atividades administrativas em que se inserem. Ele citou o professor Irany Moraes, da Faculdade de Medicina da USP, para quem mesmo médicos conceituados não estão, na grande maioria das vezes, academicamente capacitados a ensinar.

Além disso, Lúcio Alcântara ainda apontou a limitada produção científica, a autorização de funcionamento de novas escolas médicas sem a imposição de condições e sem controle como a causa da situação em que esse encontra o ensino médico brasileiro, de acordo com os resultados da avaliação do Cinaem.

01/11/2000

Agência Senado


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