Alcântara defende interação cultural como saída para questão indígena



Aproveitando o tema da Campanha da Fraternidade deste ano (Fraternidade e Povos Indígenas - Por uma Terra sem Males), o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) defendeu a garantia dos direitos fundamentais da população indígena, como a preservação de suas terras. A cobiça por essas terras está, de acordo com o senador, na origem das violências contra os índios. São objeto de invasão 85% das áreas indígenas, mesmo as demarcadas.

"Continuamos com o conflito crucial da disputa pela terra. Esse é um nó a ser desatado com sabedoria e discernimento. Não podemos destruir ainda mais as comunidades indígenas, despojando-as de suas terras, mas também não podemos travar o progresso do país", afirmou.

A saída, segundo o senador, seria a interação entre as duas culturas, européia e indígena, com respeito mútuo e solidariedade, com a preservação dos valores essenciais de cada grupo. "Achar que os índios poderão continuar a vivenciar seus antigos costumes de modo independente da presença dos demais brasileiros é imaginar possível a construção de uma paredão estanque entre as duas culturas. É inexeqüível", avalia Alcântara.

Os povos indígenas do Brasil, observou o senador, compreendem mais de 245 etnias, falam pelo menos 185 línguas e somam população de 540 mil pessoas. Ele elogiou a escolha da questão indígena como tema da Campanha da Fraternidade. "Julgo mais do que oportuna a campanha deste ano, pois ela nos obriga a repensar nossas relações com os diferentes de nós. Obriga-nos a refletir sobre nossas relações com as diferenças, sobre nossa capacidade de tolerância e harmonização", disse.

"A Campanha da Fraternidade tornou-se um referencial para os que desejam repensar o Brasil, buscando um desenvolvimento da sociedade fundado na valorização da pessoa humana em todos os seus planos, espirituais ou temporais", observou.



18/03/2002

Agência Senado


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