Alcântara defende melhorias na televisão tradicional
- Entre outras coisas, isso significa que, embora se tenha de fato processado um movimento de abertura na televisão brasileira na década de 90, o quadro atual não atesta uma real democratização no meio televisivo como dispositivo coletivo para expressão de idéias, valores, estética e cultura. Monopolizada na produção e criação, a televisão restringe seu acesso a uma estrutura de consumo hierarquicamente constituída, inviabilizando iniciativas menos comerciais, reprimindo a criação de emissoras localmente controladas - afirmou.
Alcântara elogiou a programação das TVs estatais, citando como exemplo a TV Cultura, a TVE e a Rede Minas, que, segundo ele, divulgam eventos culturais e alcançam a população, embora enfrentando, muitas vezes, precárias condições de trabalho. Elogiou também a TV Senado.
- Além das transmissões ao vivo das sessões, a TV Senado exibe documentários sobre o Legislativo, espetáculos teatrais, óperas, concertos e verdadeiras aulas de história e teoria musical. Mais importante ainda é a apresentação do "Fala Cidadão", em que pessoas abordadas nas ruas fazem perguntas aos legisladores e registram reclamações e insatisfações contra determinadas ações do Parlamento - comentou.
Para o senador, o aperfeiçoamento técnico e tecnológico da TV Senado deve correr, paralelamente, ao "desenvolvimento da consciência crítica e democrática, a que sempre deverá ser submetida sua linha editorial e programática".
As emissoras de TV abertas, no entanto, precisam ser aperfeiçoadas, segundo o senador. "Longe de aproveitar a ocasião da abertura comercial para implementar uma variedade verdadeiramente rica de programas, os canais tradicionais preferem apostar na banalização da grade televisiva, na mediocridade dos produtos ofertados", observou.
O público brasileiro, acrescentou Alcântara, tem que suportar nessas emissoras uma batelada de programas de auditório, intervalos com uma série infinita de publicidade e ainda assistir à exploração do sexo nas novelas e nos programas infanto-juvenis.
23/10/2001
Agência Senado
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