JOÃO ALBERTO SOUZA DEFENDE CÓDIGO DE ÉTICA PARA A TELEVISÃO



O senador João Alberto Souza (PMDB-AM) solidarizou-se com o secretário Nacional de Recursos Humanos, José Gregori, que, preocupado com o nível de boa parte da programação diária da televisão, defendeu a adoção de um código de ética pela emissoras. Para João Alberto, é urgente uma revisão profunda das linhas que norteiam a televisão brasileira. Ele disse que "a sociedade exige e o país não pode prescindir de uma televisão eticamente de qualidade", observando, no entanto, que não defendia a censura. João Alberto destacou o ultimato que o secretário Nacional de Direitos Humanos lançou às emissoras de televisão para que, até 30 de setembro, apresentem uma proposta de código de ética no sentido de melhorar a qualidade da programação.- Trinta de setembro seria, então, o prazo oficial para conclusão dos trabalhos de concepção e elaboração do código de ética. Se nessa data um consenso não tiver sido atingido entre as emissoras e, conseqüentemente, um resultado não tiver sido materializado, o governo encaminhará um conjunto de restrições à violência e à pornografia a ser introduzido no projeto de lei de comunicação de massas - explicou.O senador disse que embora a baixa qualidade dos programas de televisão venha preocupando a sociedade brasileira, por afetarem negativamente o comportamento de crianças e adolescentes, até o presente nada foi feito de concreto.- As coisas até pioraram, pois a qualidade dos programas no denominado horário nobre, no qual se concentra a luta pela audiência, se tem degradado cada vez mais, alcançando patamares de apelação, com predomínio de futilidades e excentricidades em detrimento da cultura, da informação e do lazer de bom gosto - frisou o senador.Para João Alberto, outro problema grave é a violência diária na televisão, que influi na formação das crianças. Ele lembrou que os crimes nos desenhos animados, por exemplo, aparecem fora de contexto e sem conseqüências punitivas, o que "cria na criança um desequilíbrio entre o positivo e o negativo".- Tenho a convicção de que nosso país, diante da realidade de analfabetismo e subdesenvolvimento de milhões de cidadãos, está desperdiçando um poderoso instrumento de formação e capacitação de seus habitantes, com todas as conseqüências decorrentes em termos de retardamento do ingresso da nação na modernidade, hoje o novo nome do desenvolvimento - concluiu.

11/08/1999

Agência Senado


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