ALCÂNTARA DESTACA ATUAÇÃO DIPLOMÁTICA DO BARÃO DO RIO BRANCO



A atuação do diplomata José Maria da Silva Paranhos, o barão do Rio Branco, no conflito diplomático entre Brasil e França em torno da posse do território que forma, hoje, o estado do Amapá, foi destacada nesta terça-feira (dia 12) pelo senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) durante homenagem ao centenário da decisão que favoreceu o Brasil.

O senador lembrou que, quando começou a trabalhar no conflito do Amapá, o barão do Rio Branco acabara de obter uma outra vitória diplomática na questão da fronteira com a Argentina na região das Missões. Nas duas ocasiões, explicou, Rio Branco evitou que o conflito evoluísse para um confronto militar, levando as questões para a arbitragem diplomática.

Segundo Alcântara, Rio Branco considerava o conflito diplomático com a França mais complicado e difícil que o litígio anterior, com a Argentina. Mas, na questão do Amapá, ressaltou o senador, Rio Branco teve ao seu dispor mais tempo e mais recursos para aprofundar suas pesquisas e análises de antigos tratados, velhos mapas e variados depoimentos históricos.

- Para favorecer a causa brasileira, ele conseguiu restringir a arbitragem, principalmente, à definição da identidade do rio Oiapoque, que a França pretendia confundir com o rio Araguari - acrescentou o senador.

A defesa dos direitos brasileiros na questão do Amapá, recordou Alcântara, foi apresentada em minuciosos relatórios chamados Memórias.

- As duas Memórias, ambas de 1899, levadas ao presidente da Suíça, ademais de se constituírem em verdadeiras aulas de história e de diplomacia, são peças literárias da mais alta qualidade, em que os recursos da retórica, aliados à firmeza de espírito e à concisão objetiva da linguagem e da argumentação, produzem um texto de sabor inigualável - afirmou.

Ao concluir o pronunciamento, Alcântara disse que é preciso tirar lições desse episódio histórico, que demonstra que o talento diplomático pode e deve alavancar os interesses do país no cenário internacional, especialmente num momento em que os países não disputam mais fronteiras físicas, mas sim as fronteiras econômicas. "Essas disputas requerem o mesmo patriotismo e talento dos nossos antepassados", finalizou.

12/12/2000

Agência Senado


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