Almeida Lima lembra que foi Renan que pediu ao Ministério Público para ser investigado
Em entrevista à imprensa, o senador Almeida Lima (PMDB-SE), um dos relatores no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, comentou a aceitação, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do pedido feito pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para que investigue o senador. Ele frisou que essa investigação foi solicitada pelo próprio Renan.
Renan teria pago despesas pessoais com recursos de um funcionário da empreiteira Mendes Júnior.
- Quinze dias antes do recesso parlamentar de julho o senador Renan Calheiros, por vontade própria, requereu ao Ministério Público Federal essa investigação - afirmou Almeida Lima, que chamou a atenção para o desejo do senador de abrir seus sigilos bancário e fiscal.
Para Almeida Lima, a contribuição do Ministério Público será "uma colaboração inestimável". Na sua avaliação, o Poder Judiciário irá assegurar ao investigado o devido processo legal, o que ele vem pedindo repetidas vezes aos parlamentares que assegurem a Renan.
Almeida Lima disse que o Conselho de Ética deveria funcionar como "tribunal jurídico" e não "tribunal político", o que, avalia, vem ocorrendo. O senador disse que a Polícia Federal está participando das investigações contra a sua vontade e o seu voto, pois só poderia contribuir com as investigações do Conselho de Ética se devidamente autorizada pelo Supremo.
Almeida Lima disse esperar que os outros dois relatores cheguem às mesmas conclusões que ele, que assegurou não ter encontrado nos autos nenhuma prova contrária a Renan. Ele acrescentou que a revista Veja, autora das denúncias, não produziu nenhuma prova contra Renan em nenhuma das três acusações que pesam contra ele.
As duas matérias mais recentes publicadas pela revista acusam Renan de ter feito lobby junto ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) em favor da Schincariol, cervejaria que comprou uma fábrica do seu irmão, Olavo Calheiros (PMDB-AL), por preço superior ao valor de mercado; segundo matéria da última edição de Veja, Renan teria adquirido, em parceira com o ex-deputado federal João Lyra, duas empresas de rádio no valor de R$ 2,5 milhões. A propriedade dessas empresas não teria sido comunicada à Receita Federal.
07/08/2007
Agência Senado
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