Aloysio Nunes condena violência nas manifestações populares



 

Em discurso no Plenário nesta quinta-feira (15), o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) lamentou o que chamou de deterioração da política nacional e dos serviços públicos do país. Segundo o senador, não faltam motivos para as manifestações de protesto, indignação e até cólera dos brasileiros em relação ao país e, em especial, à esfera pública.

De acordo com Aloysio, o cidadão está cada vez mais informado e mais exigente. Ele ponderou, no entanto, que nada justifica a violência. O senador disse que, quando a violência emerge como motivo da luta, as manifestações perdem a razão. Ele condenou grupos encapuzados nos protestos, chamou militantes do PSTU de “pseudo-revolucionários” e informou que apresentou requerimento para saber se existe verba oficial no grupo Mídia Ninja – um dos mais presentes nas manifestações. O senador classificou a tentativa de invasão do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), como “desumana e covarde”.

– Essas manifestações são totalmente intoleráveis – declarou.

Para o senador, os protestos contra o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o atingem no nível pessoal e lembram movimentos fascistas. O senador também condenou a ocupação da Câmara dos Vereadores da capital fluminense, onde foi registrada até uma agressão física a uma vereadora. Outra manifestação condenada pelo senador foi a onda de protestos contra um possível cartel no metrô de São Paulo (SP), em que também se registraram atos de violência.

– Podemos criticar, fazer manifestações pacíficas, mas nada justifica a violência. Quem preza a ordem democrática precisa condenar, sem ambigüidade, esse tipo de manifestação – declarou.

Ao criticar a deterioração da qualidade da política nacional, Aloysio registrou que, das 101 medidas provisórias (MPs) editadas pelo governo Dilma Rousseff, 20% ou caducaram ou estão prejudicadas por serem absorvidas por outra. Segundo o senador, a atividade da Presidência e do Legislativo se desgasta com a edição sem controle de MPs.

O senador também disse que a qualidade dos serviços públicos é lastimável. Para Aloysio, se houve avanço na saúde e na educação, não é possível fechar os olhos para a falta de qualidade dos hospitais e das escolas. Segundo o senador, o programa Mais Médicos, do governo federal, é apenas paliativo e tinha como intenção só “trazer médicos de Cuba”.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) elogiou o pronunciamento do colega, a quem chamou de um dos seus “mais antigos amigos no Senado”. Cristovam destacou o uso da internet na organização dos movimentos populares e acrescentou que só a qualidade dos serviços públicos pode acabar com a onda de protestos.

– Precisamos fazer uma reflexão sobre a razão dos protestos, antes que seja tarde – pediu o representante do Distrito Federal.



15/08/2013

Agência Senado


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