Aloysio Nunes diz não acreditar em proposta de destituição de procurador-geral
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) disse, nesta quinta-feira (14), duvidar que a presidente Dilma Rousseff seja capaz de propor a renúncia do procurador-geral da República Roberto Gurgel. Ao discursar da tribuna do Plenário, o senador saiu em defesa de Gurgel e criticou qualquer movimento em prol do impeachment do procurador.
– Na minha opinião e na opinião do PSDB, não há nada na atuação dele que mereça qualquer tipo de censura política por parte do Senado. Duvido que a presidente Dilma tome a iniciativa de propor a destituição de Gurgel. Ela é uma mulher de bom senso e não seria capaz de tamanho desatino, de tamanha loucura - afirmou.
Em aparte, o senador Pedro Taques (PDT-MT) concordou com o colega disse ter certeza de que a presidente não vai patrocinar "um descalabro desse". Taques lembrou que na República ninguém está acima da lei e todos devem obediência à Constituição.
– Falar em impeachment, me parece um instrumento de ameaça – criticou.
Aloysio Nunes lembrou que o Ministério Público tem funções institucionais indispensáveis à vida democrática e, se existiu algum fato que desabone a conduta de Gurgel, este deve ser submetido às leis e às instâncias competentes.
Críticas
Aloysio Nunes iniciou seu discurso fazendo crítica à atuação do governo Dilma nas áreas econômica e social. Ele questionou a afirmação da presidente de que poria fim à pobreza extrema no Brasil até março de 2013 e lembrou os números desfavoráveis do Produto Interno Bruto (PIB) e da inflação.
– Enquanto isso, as más notícias estão aí. Uma delas é a volta da inflação, que prejudica especialmente as famílias de baixa renda, que gastam grande parte do que ganham com consumo de bens de primeira necessidade. Quem vai tirar o bloco da inflação da rua? É um bloco apavorante – disse.
Ainda segundo Aloysio Nunes, tudo indica que a “anemia" do PIB continuará. O senador lamentou também a balança comercial negativa apresentada em janeiro e a situação difícil pela qual passa a Petrobras, com queda no lucro e na produção.
PT
Aloysio Nunes também fez críticas ao PT e, ao dizer que o Partido dos Trabalhadores precisaria fazer uma penitência por conta dos erros cometidos, principalmente no que diz respeito ao mensalão, foi contestado por Anibal Diniz (PT-AC).
– Nós dois teríamos que vestir a carapuça. Concordo que devemos reconhecer e admitir falhas. Mas por esse aspecto ninguém está habilitado a apontar o dedo com tanta ênfase. O PSDB tem muita culpa pela diminuição do parlamento nacional, principalmente pela compra da emenda da reeleição no governo Fernando Henrique e pelo mensalão mineiro – disse o representante do Acre.
Aníbal também destacou a transparência e o fortalecimento dos órgãos investigativos e da Polícia Federal ao longo do governo Lula, o que, na opinião dele, não ocorreu no governo do PSDB.
Em resposta, Aloysio Nunes disse que a denúncia do mensalão não se deveu à transparência, mas a Roberto Jeferson.
14/02/2013
Agência Senado
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