Althoff: empresa ligada a diretores do Vasco explora jovens jogadores do clube
A denúncia do relator pegou de surpresa Mário Cupello, que prestou um depoimento cheio de omissões e imprecisões, alegando que não tinha conhecimento da maioria das perguntas sobre as funções estatutárias da vice-presidência de Finanças. "O que a empresa do meu filho faz é apenas representar os jogadores em renovações de contrato, compras de inóveis e outros negócios", disse Cupello, depois de tentar negar que o filho fosse dono da Latosports. O outro sócio da empresa é Arylino Figueiredo Filho, genro do diretor de futebol amador, Darcy Peixoto.
"Não sei, não tomei conhecimento" e "eu me esqueci" foram as duas frases com que Mário Cupello respondeu às dezenas de perguntas do senador Geraldo Althoff., praticamente todas relacionadas ao cargo que ocupa. Ele disse, por exemplo, que "não tomou conhecimento" do cheque de US$ 110 mil que o Vasco recebeu da Confederação Sul-Americana de Futebol, em 1998, alegadamente para custear despesas do clube na viagem a Tóquio, para jogar contra o Real Madri a final da Copa Toyota.
O cheque foi endossado pelo então vice-presidente de futebol do clube, Eurico Miranda, e passado adiante, até ser depositado em Nova York, em uma conta com nome fantasia de Diamond. O cheque não passou pela contabilidade do clube e, pelo estatuto, o vice-presidente não tinha poderes para fazer o que fez. Cupello disse que não sabia também dos gastos de alguns milhões de dólares em importações feitos pelo Vasco, de R$ 2 milhões depositados pela empresa Vasco Licenciamentos na conta de um funcionário do clube chamado Aremithas de Lima, entre outras despesas elevadas autorizadas por Eurico Miranda.
Apesar de ser vice-presidente financeiro do clube há oito anos, Mário Cupello disse que não se lembrava do nome do contador do clube e não tinha conhecimento do salário pago ao profissional. "Quando fui convidado para o cargo há oito anos, avisei ao então presidente Antônio Soares Calçada que não tinha tempo para o clube, e ele aceitou. Por isso, compareço ao clube apenas às terças e quintas-feiras, depois das 18 horas, para assinar cheques e analisar documentos", disse Cupello.
29/03/2001
Agência Senado
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