Alvaro Dias alerta para crescimento da crise no campo



"Um governo que não entende a agricultura, que não reconhece a importância do agronegócio para o desenvolvimento nacional, não é digno de ser considerado governo", opinou o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), ao alertar para a gravidade da crise que atinge os produtores rurais do país. Ele informou que os protestos contra a política econômica e agrícola do governo, iniciados no Mato Grosso, continuam ganhando adesões e já chegaram a Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Segundo o senador pelo Paraná, a queda de renda do setor rural em 2005 chegou a R$ 16,6 bilhões. Alvaro explicou que as causas para o resultado negativo foram a perda da produção física das lavouras, o seguro rural incipiente, o aumento dos estoques mundiais que reduziram os preços das commodities e a taxa de câmbio desfavorável, com a valorização do real em relação às principais moedas.

- As taxas de câmbio e de juros praticadas pelo atual governo ajudaram a erodir a renda do setor rural. O câmbio valorizado derrubou os preços recebidos pelos produtores. A taxa de câmbio à época do plantio não foi a mesma utilizada para a comercialização. Enquanto os produtores compraram insumos com base no dólar mais caro, a produção foi comercializada com a moeda americana desvalorizada - afirmou Alvaro Dias.

O empobrecimento no campo, na avaliação do senador, provocou reflexos nas cidades através do aumento do desemprego e do crescimento da violência. No Paraná, exemplificou, o número de empregos gerados no ano passado, em comparação com 2004, representou uma queda de 41% no aumento de vagas. Curitiba e Foz do Iguaçu passaram a ser relacionadas entre as dez cidades mais violentas do Brasil com mais de 100 mil habitantes.

Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) declarou que, além das adversidades que o agricultor rural brasileiro vem enfrentando em virtude da política econômica e agrícola do país, os produtores de Roraima estão com um problema adicional: a decisão do governo de expulsar os não índios da reserva Raposa Serra do Sol. Mozarildo lembrou que os produtores de soja e arroz instalados na área são responsáveis por 30% do PIB do estado.



09/05/2006

Agência Senado


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