Alvaro Dias analisa estudo que traçou o Mapa da Violência no Brasil



Tendo como base o estudo da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OIE) que traçou o Mapa da Violência no Brasil, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) alertou nesta quinta-feira (8) para a existência de um sentimento generalizado de insegurança, que chamou de "a soma de todos os medos que sacodem o país".

O senador observou que o estudo da OIE reúne dados estatísticos de 84 países de diferentes níveis de desenvolvimento, onde o Brasil desponta como o quarto mais violento e é superado apenas pela Colômbia, Rússia e Venezuela. Com uma média de 27 homicídios por 100 mil habitantes, acrescentou Dias, o índice brasileiro é 40 vezes superior aos da Inglaterra, França e Alemanha.

- A interiorização da violência, sem dúvida, foi a principal constatação do referido estudo. Cerca de 82% dos homicídios ocorreram em 556 cidades onde vivem 42% da população. E dos dez municípios com maiores taxas de assassinatos, seis estão localizados na Região Centro-Oeste. São municípios de pequeno porte situados em áreas de conflitos fundiários, desmatamento, exploração ilegal de madeiras nobres e demarcação de terras indígenas - relatou.

Além disso, Alvaro Dias assinalou que, das quatro cidades restantes entre essas dez, a mais violenta é Foz do Iguaçu, no Paraná, que teve 223,3 assassinatos na faixa etária entre 15 e 24 anos por 100 mil habitantes em 2004. Ele lembrou que o projeto que institui o Fundo de Recuperação Econômica de Foz do Iguaçu foi aprovado pelo Senado em 28 de novembro do ano passado e está tramitando na Câmara dos Deputados. Acrescentou que encontra-se "engavetado" naquela Casa o projeto que proíbe a retenção de verbas orçamentárias para o Ministério da Justiça.

O representante paranaense também citou um estudo técnico do Banco Mundial (Bird) sobre o Brasil, desenvolvido ao longo de três anos e que ouviu economistas de bancos, do governo e de universidades, analisou contratos nas áreas de telecomunicações, transportes, energia e saneamento básico. Segundo o estudo, 41% desses contratos foram renegociados, índice superior à média de renegociação contratual da América Latina, que é de 30%.

- Os projeto de infra-estrutura, em razão do longo prazo de maturação, exigem dos governos garantias confiáveis e duradouras. Como demonstra o estudo, é enorme o risco de mudanças das regras dos contratos no Brasil e o governo brasileiro tomou a iniciativa de renegociar em 75% dos casos. Nos últimos quatro anos, a situação se deteriorou ainda mais, afugentando investidores na área de energia elétrica- frisou.



08/03/2007

Agência Senado


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