ÁLVARO DIAS ATACA A VENDA DE AÇÕES ORDINÁRIAS DA PETROBRAS



O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) voltou a atacar nesta quarta-feira (dia 14) a venda, pela União, de 31,72% das ações ordinárias da Petrobras, prevista pelo governo para o fim deste mês. Ele conclamou o Senado a aprovar o projeto de sua autoria que proíbe a venda das ações, e revelou que haverá deliberação do plenário sobre o assunto, mesmo tendo sido rejeitado pela CAE.
- Vender as ações da Petrobras trata-se de um péssimo negócio. A empresa vive um momento promissor, com extraordinárias perspetivas. Mais de 50 empresas estrangeiras estão investindo em pesquisas sísmicas e de prospecção de petróleo na plataforma continental brasileira - afirmou o senador, explicando ainda que fez um apelo, acolhido pelo presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, para que seu projeto seja apreciado pelo plenário em poucos dias, tendo já cumprido as exigências regimentais neste sentido.
Álvaro Dias disse que o governo vem tomando as medidas administrativas necessárias para realizar com urgência a venda das ações, com a intenção de utilizar os recursos no pagamento de juros e serviços da dívida pública. Para o senador, porém, este é um equívoco histórico.
- Os números falam por si. O governo pretende arrecadar apenas R$ 8 bilhões com a venda do lote de ações. Os lucros da empresa nos próximos 5 anos serão de R$ 78 bilhões. Só a parcela de lucro correspondente às ações chega a R$ 10,2 bilhões, superior ao que será obtido pela venda. Se somarmos este lucro ao valor das reservas correspondentes às ações, temos 62,3 bilhões de dólares - explicou o senador, salientando que o valor de mercado das reservas de petróleo da Petrobras chega a US$ 433 bilhões, e o percentual correspondente às ações ordinárias é de 56 bilhões de dólares.
O senador lembrou ainda que a dívida pública, em estimativas otimistas, corresponde a R$ 400 bilhões, e que a venda de 31,72% das ações serão suficientes para pagar somente um mês de serviços da dívida.
Álvaro Dias lamentou ainda a pulverização da empresa, com a venda de vários setores da empresa, o que na prática contradiz uma carta enviada ao Senado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, segundo a qual a Petrobras não seria privatizada.

14/06/2000

Agência Senado


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