ÁLVARO DIAS PEDE APOIO A PROJETO QUE PROÍBE VENDA DE AÇÕES DA PETROBRAS
Em apoio a sua proposta, Álvaro Dias citou Alan Greespan, presidente do banco central americano, segundo o qual o petróleo "é assunto de segurança nacional", reserva estratégica que deve ser mantida intocada. No caso brasileiro, o senador enfatizou que a produção de petróleo caminha para a auto-suficiência, como o próprio presidente da República já teria reconhecido.
- Economistas europeus já afirmam que não há possibilidade de redução no preço do petróleo no mundo. Se sabemos que a Petrobras obterá lucros ainda mais significativos, por que o governo quer pulverizar esses lucros? - disse.
Álvaro Dias, que encaminhou pedido de informações ao Ministério da Fazenda sobre a venda, considerou que as respostas enviadas pelo secretário de Política Econômica, Edward Amadeo, "estão eivadas de contradições e incoerências". Entre elas, apontou que o governo justifica a venda das ações afirmando, num momento, que a colocação das ações na Bolsa de Nova York permitirá a captação de recursos para investimentos da empresa; em outro momento, o governo justifica a venda com o argumento de que os recursos reduzirão o montante da dívida pública. "Qual a resposta a ser levada em conta?", indagou.
Em outra incoerência, na opinião do senador, o governo afirma que pretende fazer a venda de maneira pulverizada, para evitar a centralização das ações em mãos de grupos estrangeiros. Para Dias o argumento é falacioso, pois as autoridades econômicas sabem que dificilmente os acionistas minoritários resistirão à tentação de auferir lucros quando as ações chegarem a preços superiores aos inicialmente pagos.
Álvaro Dias também citou artigo do jornalista Carlos Chagas, que aventa o risco de as ações, em mãos estrangeiras, resultarem em redução da produção da Petrobras sob a alegação de que importar o produto seria mais econômico.
Em aparte, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), presidente da CAE, disse que, apesar de privatista, considera que, no caso da Petrobras, Álvaro Dias está certo
06/04/2000
Agência Senado
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