Álvaro Dias faz apelo à Justiça para impedir a venda da Copel



O senador Álvaro Dias (PDT-PR) fez um apelo nesta segunda-feira (29) para que o Poder Judiciário impeça a venda da Companhia Paranaense de Energia (Copel) nesta quarta-feira (31). O senador explicou que já foram cassadas várias liminares, mas existem ainda algumas ações populares em julgamento, inclusive uma de sua autoria, que poderá ser apreciada na 10ª Vara Federal, no Rio Grande do Sul.

Em seu discurso, o senador elencou os principais pontos que regem a ação popular de sua iniciativa, assinada pelos advogados Romeu F. Bacellar Filho e Renato Andrade. O senador argumenta que o governo do estado está leiloando a empresa por um preço irrisório, cerca de R$ 4,3 bilhões, quando apenas o seu patrimônio é avaliado em R$ 37,18 bilhões , de acordo com estimativas do Sindicato do Engenheiros do Estado do Paraná. Álvaro disse que o próprio governo já havia avaliado a Copel, no começo do ano, em R$ 9 bilhões. Ele salientou que é preciso levar em conta que o endividamento da empresa é mínimo.

Álaro Dias disse ainda que o governo escolheu um momento inadequado para realizar o leilão, devido à instabilidade econômica mundial, sobretudo depois dos atentados ocorridos nos Estados Unidos. O parlamentar lembrou que o próprio presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Francisco Gross, disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que prevê dificuldades na privatização da Copel.

Para o senador, o leilão da empresa agride os princípios da razoabilidade, da eficiência e da economicidade. Na ação popular, o senador afirma que a alienação de uma companhia estatal de reconhecida eficiência em plena época de instabilidade mundial "não atende o interesse da coletividade, da legitimidade e muito menos da economicidade".

Diante de todos esses fatos, disse Álvaro Dias, é que o leilão da Copel se apresenta de "forma irregular, ilegal e abusiva, inteiramente contrária aos interesses da maioria do povo". Ele ressaltou que 93% da população do estado se manifestou contrariamente à privatização da empresa em recente pesquisa.

Em aparte, o senador Mauro Miranda (PMDB-GO) disse que a mesma indignação do povo paranaense é sentida pelos goianos em relação à intenção do governo de vender a companhia de energia de Goiás.

29/10/2001

Agência Senado


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